22/08/2023

A Cesar o que é de Cesar

Por mais que seja uma liderança local, o que em tese lhe impinge a responsabilidade sobre todas as coisas que vicejam ou falecem em território guarapuavano, o prefeito Cesar Silvestri Filho tem razão quando imputa aos deputado estaduais questões que são da alçada do governo estadual.

A divisão de poderes na República Federativa do Brasil produziu anomalias administrativas, as mais nefastas possíveis. A União retém a maior parte dos recursos originados pelos tributos, o Estado virou um ente intermediário no repasse do dinheiro e ao município, ficou a fatia menor. Esquece-se que está nos municípios a base de toda a estrutura federativa, pois é ali, na unidade municipal, nas cidades, que pulsa a vida de um pais.

Aqui, está o problema maior. As prefeituras são as primeiras a receber o impacto dos problemas. Se o governo federal concentra os recursos para a saúde, é na porta do prefeito que o doente vai bater. Se um hospital está fechando, o povo não quer saber se é público ou privado, se tem dinheiro ou não. O prefeito é refém do poder federal, que tem tentáculos fortes para arrecadar tributos, compulsoriamente, e não devolve ao cidadão, à prefeitura que o representa no local onde os problemas acontecem, o quinhão necessário para fazer frente às necessidades.

No Estado, ainda que mais perto, há uma natural divisão de tarefas institucionais. O prefeito chamar os deputados à responsabilidade, não significa que ele esteja fugindo das suas. Pelo contrário, o prefeito está cumprindo com sua obrigação de representar o cidadão e indicar a ele o melhor caminho. Se o parlamentar fica omisso, aí sim o prefeito tem a missão de buscar alternativas.  A influência política do administrador, nesse caso, tem papel preponderante.

É papel do prefeito, da liderança política, esclarecer, posicionar-se corretamente. Do contrário, será o mercador de amargas ilusões, o “salvador da pátria”. Não consegue enganar por muito tempo.

Cristina Esteche

Jornalista

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