Em liberdade, Strechar pode fugir do País, alerta juiz

Em resposta a um pedido de informações do Tribunal de Justiça do Paraná (TJPR), que avalia um pedido de “Habeas Corpus” para Admir Strechar, o Juiz Nestário da Silva Queirós, da 2ª Vara Criminal de Guarapuava, alertou que se for liberado, Strechar pode fugir do País.

O pedido de informações do TJPR foi feito na quarta-feira (09) e a resposta foi enviada no mesmo dia, através do ofício n° 53/2011, contendo vários argumentos para a permanência de Strechar na cadeia.

O ofício enviado para o TJPR inicia ressaltando o crime de peculato, que dá a ele (Strechar) 12 anos de reclusão e fez um histórico das investigações do Ministério Público (MP) e do Grupo de Atuação e Combate ao Crime Organizado (Gaeco). De acordo com o ofício, no inicio de 2010 o Gaeco começou os trabalhos para encontrar provas que levassem a prisão de vereadores que possuíam funcionários fantasmas e o sistema do “racha” dos salários.

Segundo o juiz, as outras condenações que Admir Strechar possuía (roubo de sinal de TV a Cabo e inserção de dados inverídicos no sistema do Detran) não foram suficientes para intimidá-lo, e os crimes contra o patrimônio público, de ordem tributaria e econômica continuavam acontecendo.

Queirós destaca que a população, através de meios de comunicação e com denúncias ao MP vinha se mostrando indignada e que a decretação de custódia cautelar, traria credibilidade ao Judiciário.

Com isso, as investigações e pedidos de buscas e apreensões se efetivaram através dos próprios funcionários que denunciaram a divisão do salário com o ex-presidente da Câmara. Com as buscas e apreensões, o oficio relata que foram encontrados armas, munições, celulares e bens públicos que eram utilizados a favor do ex-presidente.

De acordo com o documento, analisando todos as acusações e inquéritos a que foi submetido, Queirós destaca que o peemedebista poderia ficar preso por 80 anos e com os contatos que mantém na Argentina e no Paraguai, pode fugir do país no momento que entrar em liberdade.

O oficio é concluído com um anexo com a decisão que decretou a prisão de Strechar e uma cópia dos mandados de busca e apreensão. O processo que se encontra no Fórum, contém as denúncias, fotos do momento em que foi preso e detalhes da “Operação Fantasma” que culminou na prisão em flagrante.

PODE SAIR HOJE

Por outro lado, o advogado de defesa de Admir Strechar, Osmael Lisenko, está confiante que o vereador preso seja liberado ainda hoje (11). “ Como o que está sendo avaliado pelo Tribunal de Justiça do Paraná não é o mérito, mas apenas sendo apreciada a liminar, é apenas um desembargador que julga o pedido e não o colegiado. Por isso acredito que deve ser avaliado ainda hoje e estou confiante que o parecer seja favorável a Strechar e ele possa ser liberado ainda hoje”, afirma o advogado.