Fenômeno El Niño causa inverno mais quente em Guarapuava

Falar sobre previsão do tempo é algo comum em conversas cotidianas, isso praticamente faz parte da identidade brasileira. “Será que vai chover?”; “Acho que vai esquentar, hein!” são frases rotineiras. E em Guarapuava onde o tempo é mais imprevisível que o restante dos municípios do Paraná, os moradores têm um apego maior com o assunto, principalmente quando o tema é inverno. Isso porque a cidade é conhecida pelo frio e vento rigorosos nesta época do ano, sobretudo pela posição geográfica da Região favorecer a incidência desses fatores climáticos.

Desse modo, o calorzinho atípico da estação tem causado estranhamento nos moradores. Mas ele tem uma explicação e se chama El Niño. O fenômeno que provoca o aquecimento das águas do Oceano Pacífico está em atividade. Ele interfere no padrão de chuvas e temperaturas do Brasil e de várias partes do mundo.

Logo no início do inverno a Agência Estadual de Notícias (Aen) apresentou que o quadro climatológico da estação indicava a ocorrência de poucas ondas de ar frio, mas com um regime de chuvas esperado para a época do ano. De acordo com a meteorologista Ângela Costa, do IDR-Paraná, havia a expectativa da possibilidade de episódios de veranicos (sequência de vários dias sem chuvas).

Por exemplo, essa semana o Climatempo indica que haverá uma onda de calor que vai atuar no país até sábado (26). No Paraná, as temperaturas devem ficar entre 13°C e 27°C. Já em Guarapuava a mínima da semana deve ser de 11°C e a máxima de 26°C. Conforme a análise dos meteorologistas, o calor que o país vai enfrentar nesta 3ª semana de agosto é mais comum de ser registrado em setembro e outubro.

AGRICULTURA

As alterações nas temperaturas da superfície do mar provocam mudanças nos padrões de circulação atmosférica. Isso afeta a distribuição de chuvas e a ocorrência de eventos climáticos extremos em diferentes Regiões do planeta. Os impactos do El Niño na agricultura variam. Em Guarapuava e cidades vizinhas o técnico em Agropecuária da Secretaria da Agricultura e do Abastecimento (Seab), Dirlei Antonio Manfio disse ao Portal RSN que ainda é cedo para determinar os impactos do El Niño nas produções.

No entanto, o que se tem observado é que há uma maior incidência de doenças nas culturas de inverno. “Essas temperaturas acima do normal provocaram o aparecimento mais elevado de algumas doenças, o que acarreta em um maior custo na produção. Porém isso não significa que elas estão comprometidas”. Segundo Manfio, esse levantamento só será possível após as colheitas, que é quando a Seab finaliza o levantamento de dados.

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