Força-tarefa em Guarapuava busca o retorno dos voos comerciais

A administração municipal de Guarapuava, em parceria com a iniciativa privada, intensificou as ações para garantir o retorno dos voos comerciais ao Aeroporto Tancredo Thomas de Faria. A mobilização ocorre após a companhia aérea Azul, única a operar na cidade, suspender as atividades no município, interrompendo a conexão aérea da Região.

Visita técnica Aeroporto de Guarapuava (Foto: Secom/Prefeitura de Guarapuava)

Durante a semana, as discussões avançaram do campo teórico para a prática. O prefeito Denilson Baitala (PL) e o secretário de Desenvolvimento Econômico, Julio Agner, lideraram uma equipe em uma nova visita técnica ao aeroporto. O objetivo, conforme Julio Agner, é acelerar o processo de adequação da estrutura para atrair novas companhias e aeronaves de maior porte.

De acordo com o secretário, a retomada dos voos está condicionada ao cumprimento de novas exigências da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). Trata-se de obras necessárias para a operação de aviões maiores que o modelo ATR, anteriormente utilizado pela Azul. As adequações são significativas e demandarão um esforço conjunto.

EXIGÊNCIAS

Aeroporto (Foto: Secom/Prefeitura de Guarapuava)

Entre as principais necessidades está a ampliação da largura da pista de pouso e decolagem, que passará dos atuais 30 metros para 45 metros. Além disso, a cabeceira para decolagem deverá ser estendida em 150 metros, totalizando 1.750 metros para partidas e 1.550 metros para aterrissagens.

Outra exigência estrutural é o reforço da pavimentação da pista. “Hoje, nossa pista está apta a receber aeronaves com até 23 toneladas. Precisamos adequá-la para suportar 45 toneladas, o que nos dará uma margem de segurança e capacidade para diferentes tipos de operação”.

As melhorias, entretanto, não se restringem à área de manobras. O terminal de passageiros também passará por uma expansão. A sala de embarque e desembarque, que atualmente comporta um número limitado de pessoas, deverá ser ampliada em 10 metros de comprimento para abrigar confortavelmente até 70 passageiros, atendendo à demanda prevista com a operação de aeronaves maiores.

DESAFIO SOCIAL

O maior desafio para a execução do projeto, no entanto, transcende as questões de engenharia e orçamento. A transferência de 56 famílias que ocuparam irregularmente duas áreas no entorno do sítio aeroportuário é um ponto crítico para o início das obras de ampliação da pista. A prefeitura estuda a melhor forma de promover a realocação dessas famílias, garantindo uma solução habitacional adequada.

Em relação aos custos para a execução de todas as intervenções necessárias, a administração municipal ainda não apresentou um valor consolidado. De acordo com o secretário Julio Agner, a estimativa de investimento dependerá do projeto arquitetônico detalhado, que está em fase de elaboração e tem previsão de conclusão para o final deste mês.

A expectativa é que parte dos custos conte com o apoio de empresários locais, que veem na retomada dos voos um fator crucial para o desenvolvimento econômico da Região.

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