Lula inaugura Ponte da Integração e celebra novo capítulo na relação Brasil–Paraguai

A Ponte Internacional da Integração Jaime Lerner, entre Foz do Iguaçu (PR) e Presidente Franco (Paraguai), entra em operação gradual a partir de 20 de dezembro. A estrutura, financiada inteiramente pelo Brasil por meio da Itaipu Binacional, representa a segunda ligação rodoviária entre os países sobre o Rio Paraná. E vai aliviar o congestionamento da saturada Ponte da Amizade. Nesta sexta (19), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva participou, em Foz do Iguaçu, da inauguração.

A cerimônia marcou não apenas a entrega de uma das obras de infraestrutura mais estratégicas da Região. Mas também serviu como manifestação política da retomada do protagonismo estatal em grandes projetos binacionais. Com 760 metros de extensão possui o maior vão-livre da América do Sul (470 metros). Trata-se de uma ponte do tipo estaiada e faz parte de um ambicioso projeto de infraestrutura que inclui a Perimetral Leste. E conecta diretamente à BR-277 e desviando o tráfego pesado do centro de Foz. O investimento total foi de R$ 712 milhões, sendo R$ 372 milhões na ponte e R$ 340 milhões na via de acesso.

OPERAÇÃO INICIAL

De acordo com a Itaipu Binacional, a operação inicial será restrita a caminhões descarregados. E, futuramente, a ônibus de turismo fretados, sob coordenação da Receita Federal e PRF. O projeto visa fortalecer a logística regional, a integração comercial e o reordenamento urbano. Além disso, a Itaipu Binacional também financia outras obras de integração regional. Por exemplo, a ponte sobre o Rio Paraguai, no Corredor Bioceânico, ligando Mato Grosso do Sul aos portos chilenos.

A ponte, idealizada desde os anos 1990, tornou-se prioridade nacional em 2012 com inclusão no PAC. Teve obras iniciadas em 2019 e foi concluída em outubro de 2023. O nome homenageia o arquiteto Jaime Lerner, referência em urbanismo e mobilidade.

Ao lado de ministros, autoridades paraguaias, representantes da Itaipu e do governador do Paraná, Lula destacou a importância da ponte como motor de desenvolvimento e símbolo da integração sul-americana. A inauguração coincidiu com a cúpula do Mercosul em Foz do Iguaçu, o que ampliou a carga simbólica do evento.

Essa ponte é um investimento no futuro da América do Sul. É uma ponte de união, de comércio, de turismo, de empregos. É o Brasil ajudando a si mesmo ao ajudar seus vizinhos.

A cerimônia também teve falas do diretor-geral da Itaipu, Enio Verri. Ele celebrou o impacto regional da nova estrutura e o modelo de cooperação entre esferas de governo. Conforme Verri, a ponte e a Perimetral Leste vão “reorganizar o espaço urbano de Foz do Iguaçu, garantindo qualidade de vida à população e eficiência logística para o Brasil”.

UM PROJETO COM DIMENSÃO GEOPOLÍTICA

Mais que uma obra de engenharia, a Ponte da Integração é um instrumento de política externa, de desenvolvimento regional e de reafirmação do papel da Itaipu como vetor estratégico do Estado brasileiro.

A construção demorou décadas para sair do papel, enfrentando entraves burocráticos e políticos, até ganhar força nos últimos anos com o apoio da binacional e a inclusão no PAC. A presença de Lula na inauguração reforça o viés político do projeto. Trata-se, portanto, de uma resposta a anos de abandono da infraestrutura de fronteira e uma tentativa de reconstrução do diálogo regional.

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