Paixão de Cristo resgata a espiritualidade, em Guarapuava

Cristina Esteche

Guarapuava – A noite com temperatura amena, céu estrelado, e a lua como espiã, formaram o cenário perfeito para a encenação da Paixão de Cristo, na Praça da Fé em Guarapuava, na Sexta feira Santa.

Considerado um dos maiores espetáculos cênicos ao ar livre do interior do Paraná, o roteiro que se manteve fiel ao fato bíblico, apresentou inovações e emocionou o público de cerca de 15 mil pessoas.

Os 250 atores, a maioria amador, que frequentam as 13 paróquias de Guarapuava, se distribuíram em dois palcos. “Cada cena provocava lágrimas nos fieis que diziam que há muito não se emocionavam”, disse Jeverson Dranski, um dos coordenadores do evento sacro.

A simplicidade, a entrega dos atores, a fidelidade à Bíblia, foram alguns dos ingredientes que provocaram o resgate da espiritualidade que vem se perdendo, engolida pela sociedade de consumo. “Foi tudo simples, mas muito verdadeiro. Foi a Igreja que roteirizou e realizou”.

Um dos momentos mais marcantes da noite foi a interação dos atores com o público. Jesus Cristo morto foi levado em procissão pelo meio da multidão que disputava um lugar para chegar mais perto do Senhor. O papel principal foi vivido por Danhay, membro de uma das comunidades envolvidas. Antes, porém, a Última Ceia também fez o público chorar de emoção e expressar a sua fé. A voz de Jesus foi interpretada pelo padre Jean Patrick.

Outro momento emocionante foi a interpretação de um texto atribuído a Nossa Senhora, personagem  da jovem Izonil, mas com voz da comunicadora Vanessa Limberger.

O público também foi surpreendido pela crucificação encenada num dos dois morros da pedreira existente na Praça da Fé, enquanto a ressurreição começou no segundo morro e Jesus foi içado ao céu.

“Foi muito espiritual”, resume Jeverson.