PCPR conclui inquérito que investigava babá e namorado em Imbituva

PCPR concluiu inquérito que investigava babá e namorado em Imbituva (Foto: Ascom/Polícia Civil)

A Polícia Civil do Paraná (PCPR) concluiu o inquérito que investigava a babá de 40 anos e o namorado de 41 anos em Imbituva e indicou a dupla por vários crimes. De acordo com a delegacia do município, o inquérito policial concluído nesta sexta (10), apurava a conduta de produção e armazenamento de material pornográfico envolvendo criança ou adolescente.

Dessa forma, ao fim das investigações, os suspeitos receberam indiciamento por quatro crimes. São eles: estupro de vulnerável; satisfação da lascívia na presença de criança e adolescente; corrupção de menores e produção e armazenamento de material pornográfico envolvendo criança ou adolescente. Somadas, as penas podem chegar a 30 anos.

Durante a investigação, a PCPR ouviu testemunhas, os investigados e, principalmente, fez uma minuciosa análise nos celulares da dupla. Conforme o delegado que conduziu a investigação, Thiago Andrade, a análise nos celulares foi determinante.

O namorado da babá apagou muitas mensagens, fotos e vídeos. Porém, foi possível perceber que ele recebia constantemente as fotos e vídeos que a babá fazia da criança. Após a análise feita pela equipe de investigação da Delegacia de Imbituva, os aparelhos foram enviados para perícia, a fim de recuperar os arquivos apagados.

Além disso, o delegado afirmou que a investigação conseguiu comprovar que o homem, de 41 anos, passou a “nutrir um desejo sexual pela criança”. Pois ele pedia vídeos e fotos da criança diariamente. Para ele, “o caso é ultrajante”, pois a polícia também conseguiu comprovar que os suspeitos faziam sexo na frente da criança.

De acordo com a investigação, o namorado da babá também queria ejacular na vítima em algumas oportunidades. “Conseguimos constatar que os abusos aconteceram por aproximadamente quatro meses, até o momento da prisão dos suspeitos”.

MENSAGENS REPUGNANTES

(Foto: Ascom/Polícia Civil)

Analisando as mensagens, os policias constataram que o autor afirmava que passou o órgão genital em partes íntimas e em outras partes do corpo da criança. Segundo o delegado, em um determinado momento, a suspeita passou a ter ciúmes da criança. Isso porque, o homem perguntava sobre ela diariamente.

Além disso, o autor manifestava interesse em vê-la constantemente. Em depoimento, a babá disse que o homem “começou a gostar da criança”. A vítima está passando por atendimento psicológico, pois além dos abusos, há mensagens que comprovam que a babá dizia que iria “surrar” ela, caso ela contasse alguma coisa.

Para corroborar as acusações, a Polícia Civil divulgou alguns trechos do relatório final. Em uma conversa, o suspeito planejava ver a criança sem as roupas íntimas, bem como idealizava praticar sexo com a namorada na frente da criança e a suspeita concorda.

• Namorado: “você leva ela de vestidinho sem calcinha”
• Babá: “levo sim amor. Ela gosta de andar de vestido”
• Namorado: “Daí lá ela vê você chupando meu p.. amor”. “mor vamos levar ela lá daí eu go… nela lá”
• Babá: “tá bom amor”

Conforme a PC, este trecho comprova que os criminosos praticaram dois crimes:

1. Estupro de vulnerável: Art. 217-A. Ter conjunção carnal ou praticar outro ato libidinoso com menor de 14 (catorze) anos. Pena – reclusão, de 8 (oito) a 15 (quinze) anos.
2. Satisfação de lascívia mediante presença de criança ou adolescente: Art. 218-A. Praticar, na presença de alguém menor de 14 (catorze) anos, ou induzi-lo a presenciar, conjunção carnal ou outro ato libidinoso, a fim de satisfazer lascívia própria ou de outrem. Pena – reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos.

Em outro trecho, os criminosos praticam outras condutas:

• Namorado: “vontade de go… vendo ela”
• Babá diz: “eu vou dar banho nela daí eu faço um vídeo”
• Namorado: “me avisa a hora que você for dar banho nela daí fazemos vídeo chamada”
• Babá: “tá bom amor”
• Namorado: “viu melhor mor de banho nela e leve ela na cama e ponhe a sainha dela sem calcinha daí você filma quero ver ela de pernas aberta de vestidinho”

A babá:

1. Art. 240. Produzir, reproduzir, dirigir, fotografar, filmar ou registrar, por qualquer meio, cena de sexo explícito ou pornográfica, envolvendo criança ou adolescente.

Pena – reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa.

§ 2 o Aumenta-se a pena de 1/3 (um terço) se o agente comete o crime:
I – III – prevalecendo-se de relações de parentesco consanguíneo ou afim até o terceiro grau, ou por adoção, de tutor, curador, preceptor, empregador da vítima ou de quem, a qualquer outro título, tenha autoridade sobre ela, ou com seu consentimento.

O namorado:

1. Adquirir, possuir ou armazenar material pornográfico envolvendo criança ou adolescente:

Art. 241-B.Adquirir, possuir ou armazenar, por qualquer meio, fotografia, vídeo ou outra forma de registro que contenha cena de sexo explícito ou pornográfica envolvendo criança ou adolescente.
Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.

BABÁ ALEGA AMEAÇAS

No interrogatório, a babá confessou as práticas, mas afirmou que fazia tudo aquilo porque sofria ameaças do namorado. Contudo, para a PC, essa versão não corresponde com a realidade. “A suspeita praticava as condutas de forma livre e consciente, despida de qualquer coação por parte do namorado”.

Conforme a PC, o namorado “satisfazia a lascívia mediante a presença da criança, seja a criança como expectadora ou participando os atos ultrajantes”.

OUTROS CRIMES DO HOMEM

Por fim, nas mensagens o suspeito afirma que já abusou de outras crianças em Teixeira Soares. Em depoimento, a babá confirmou que ele contou para ela sobre essas outras ocasiões. Dessa forma, a PC afirma que o caso deve ser apurado em outro inquérito.

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