Pela estrada, embalada pelo rock ‘n roll: assim vive Kaká Schwartzmann

Cristina Esteche

Guarapuava – Um carro, uma mala, acesso à internet, um aparelho celular e estrada pela frente. Bem no estilo “sem lenço nem documento”. Ah! E o grande amor pela música, pelo motociclismo, pelo skatismo. É assim que a paulista Kaká Schwartzmann leva a vida de quatro anos para cá. A porta de entrada em qualquer cidade é o rock. “Eu chegou num posto de combustível e pergunto: aqui tem banda de rock? Se a resposta for positiva, lá estou eu”.

E foi assim que ela chegou em Guarapuava. Trazendo nas mãos o contato do Junior, um dos membros da banda Maquinária, uma das pioneiras do rock na cidade, Kaká já sente-se em casa. A intenção é entrevistar quantas bandas forem possíveis em vários bares da cidade. A entrevista não acontece de forma isolada, porque há tatuadores à disposição de quem deseja marcar a pele.

Criadora e apresentadora do programa Crash TV, veiculado pela Rede TV, em nível nacional, e que teve a participação de nomes nacionais e internacionais, e também numa TV a cabo em São José (SC), na Band, entre outras, Kaká não para. João Gordo, Sepultura, Paulo Ricardo, Ultraje a Rigor, são algumas bandas entrevistadas por Kaká antes da parada temporária por motivos pessoais.

Após colocar um ponto final num relacionamento de quatro anos, o que a levou a uma depressão, ela resolveu colocar o pé na estrada. “Vendi tudo o que eu tinha. Morava na praia de Joaquina, em Florianópolis. Me desfiz do que tinha e não me preocupo em pagar IPTU, luz, água e só compro à vista. Deixei de ser materialista e peguei a estrada. Hoje tenho o suficiente para viver. E estou sendo feliz.”

O projeto em execução é o Tour Rock Brasil, onde entrevista uma média de 200 bandas por mês, em várias partes do país. E tem agenda no Paraguai e Argentina.

Repórter cinematográfica, editora e diretora, Kaká é mesmo uma pessoa independente. “Faço tudo. O que me importa é conhecer pessoas novas”.

Em cada cidade que chega, ela logo se enturma. “Faço parceria com hotéis, restaurantes, bares. Toco blues na gaita (harmônica), e assim vou me virando.”

Para não perder o contato, por onde passa Kaká cria um grupo no WattsApp. E qualquer lugar é o cenário perfeito para uma entrevista. “Sou uma hippie musical”.

E ela tem ainda um terceiro projeto que é o Studio in Box, onde entrevista a equipe técnica, os bastidores de uma banda.

Ativista, ela também cuida dos animais e contribui com asilos de idosos.

E fique ligado. Porque em breve você verá esse trabalho em rede nacional. A emissora? Por enquanto é o único segredo que ela faz questão de guardar.