Técnicos brigam por inclusão no Plano de Cargos e Salários

Pinhão – No último dia 20, um grupo formado por técnicos e auxiliares de enfermagem que trabalham na Secretaria Municipal de Saúde, procurou os vereadores e também a imprensa para relatar que haviam sido maltratados e impedidos de trabalhar.
Por volta das 14 horas, um grupo de 10 técnicos encontrava-se sentado em frente ao Posto de Saúde Central, acompanhados do vereador Julio Machajewski, aguardando a chegada dos demais vereadores. Segundo eles, a confusão iniciou no período da manhã quando os técnicos foram a uma reunião que estava marcada com os vereadores na Câmara Municipal.
“A reunião estava marcada para as 8h30, e fomos todos para lá, quando chegamos agora à tarde para trabalhar, fomos informados que havia uma carta de advertência para nós, e que nós não precisávamos trabalhar, porque já tínhamos perdido o dia de trabalho, então sentamos aqui e chamamos os vereadores, porque nós queremos trabalhar”, disse a técnica Marlene Ovinski.
Os técnicos afirmam que foram maltratados pelo secretário de saúde, Heitor Tadeu Martins que teria tratado-os de forma pejorativa. “Tentamos conversar com ele, mas não teve conversa, só nos disse que era pro Alain (um dos técnicos) ir conversar com o prefeito, não nos deu nenhuma explicação”, disse Marlene.
A reivindicação dos técnicos é que o grupo seja incluído no Plano de Cargos e Salários, do qual ficaram de fora. “Somos 16 funcionários, todos efetivos, só que na época não tinha vaga para técnico de enfermagem, então a gente está contratado como agente de saúde. Acontece que desde 1998, houve uma regularização onde fizemos um curso e passamos a técnico ou auxiliar de enfermagem, inclusive, eu sou registrada no COREN (Conselho Regional de Enfermagem) como técnica de enfermagem”, ressalta ela.
A reclamação é que o Plano de Cargos e Salários que viria para regularizar as funções, acabou destituindo a profissão deles. “Quando houve a exigência, procuramos nos adaptar, fizemos o curso de técnico, nos registramos ao Corem, e agora acabamos sendo destituídos da nossa profissão, isso é muito injusto”, disse o técnico, Vilsom Prudente.
Vilson disse ainda que o Plano não foi discutido o suficiente com cada categoria. “Foi feito sem ouvir os maiores interessados, os profissionais, e agora querem empurrar goela abaixo ”, comentou.
Os técnicos afirmam que procuraram conversar com o executivo, mas que não tiveram abertura, por isso procuraram os vereadores. “É muita desconsideração, a maioria de nós serve o município há 15, 20 anos. Só queremos trabalhar dentro da nossa função e ter nossos direitos reconhecidos”, protestou o técnico, Alain Abreu.
O vereador Julio, disse que todos os vereadores são unânimes e querem fazer com que os técnicos e o executivo sentem e conversem. “Os vereadores podem fazer pouca coisa, queremos que haja um acordo. Se o executivo enviar para a Câmara uma complementação, com certeza vamos aprovar”, disse ele.
Explicação
O secretário de saúde, Heitor Tadeu Martins, explicou que os técnicos receberam sim a carta de advertência. “Eles saíram em horário de trabalho, sem comunicar o chefe imediato, que neste caso sou eu. Fiquei sabendo da reunião através de um dos vereadores. Eles abandonaram o serviço, por isso a advertência”, conta ele.
Segundo o secretário, os técnicos não estavam trabalhando porque no período da tarde não chegaram no horário e por isso eles terão um dia de trabalho descontado.
Segundo Heitor, o prefeito está interessado em resolver a situação, e o executivo está buscando uma solução legal para a situação. “Eles se precipitaram, não precisava de nada disso”. Segundo ele, com a falta dos técnicos o atendimento ao público não foi prejudicado. “Tivemos que remanejar enfermeiros de outras áreas, mas o atendimento está normal”, afirmou.
Já os técnicos afirmam que vários setores ficaram sem atendimento, como PSFs, Caps, e o Lar do Idoso. Eles também disseram que o secretário é desinformado e que não mostra interesse em conversar e resolver a questão. Segundo Heitor, seriam oito técnicos, dois efetivos e o restante são estagiários e cargo de comissão.
A técnica Marlene Ovinski rebate, “O secretário deveria se informar melhor, somos 16 técnicos e auxiliares e todos somos concursados. Se fossemos cargo de comissão, não estaríamos brigando para entrar no Plano de Cargos e Salários”, disse ela. (Fatos do Iguaçu )