Bárbara Franco
Guarapuava – Imagine uma sala de aula onde o professor não poderá mais falar de politica, comentar noticias do dia a dia ou discutir questões de gênero e de sexualidade. Da mesma maneira, os alunos não poderão tecer comentários ou discutir em grupo estes temas, que são a base para a formação da personalidade e do caráter dos jovens estudantes. Esta proibição é a base da proposta do Projeto de Lei Escola sem Partido, conhecida como “Lei da Mordaça”, que prega o fim da “doutrinação” nas instituições de ensino. Foi pensando em fazer algo para tentar impedir a implantação dessa lei que alunos, professores e funcionários do Colégio Agrícola Arlindo Ribeiro de Guarapuava protestaram na tarde desta quinta feira (29), contra o projeto.
A inciativa do movimento partiu dos alunos após uma aula de Português ministrada pela professora Eliane Stavinski, que levou para sala de aula o Projeto de Lei para reflexão do assunto com os estudantes. Durante o ato de hoje, os manifestantes gritavam palavras de ordem como “ mordaça, por aqui você não passa”, além de portarem cartazes com dizeres como: “ estamos na luta”, “afasta de mim esse cálice”, “temos liberdade de expressão”.
O estudante João Pedro Rodrigues de Almeida acredita que o Projeto de Lei é uma afronta contra a liberdade de expressão e isso acaba impedindo que os alunos desenvolvam o senso critico. “ O que eles querem é que as pessoas fiquem cada vez mais alienadas. Esperamos que esse projeto não seja aprovado”.
Para Enilaine Grenzel, também estudante do Colégio Agrícola, o projeto fere a democracia brasileira. “A proposta afeta a liberdade e o debate desses assuntos sociais na escola”. De acordo com o professor de Filosofia, Jeferson Dranski, o projeto é uma afronta à democracia. “ O que os políticos querem é fazer com que as pessoas participem cada vez menos da politica brasileira”.