22/08/2023

Está tudo dominado!

Estamos vivendo à beira dos caos. De acordo com os últimos acontecimentos não dá para pensar diferente. Vamos contextualizar tudo isso.

Na área da segurança pública convivemos diariamente com assaltos à mão armada em plena luz do dia. São meninos e meninas que, na maioria das vezes, se atacam entre si. De posse de facas – agora a arma preferida pela facilidade da compra – agridem, cortam, machucam, para ter nas mãos um aparelho de celular, um tênis de marca, um boné de grife. Comerciantes não tem mais sossego seja qual for a hora do dia ou da noite. E o mais grave de tudo isso. A banalização da morte faz adolescentes se enfrentarem, um tirando a vida do outro, em busca do poder em comandar determinado território. No Xarquinho é assim. E de nada adianta tentar “tapar o sol com a peneira”, quando tentam impor denominações amenas ao que se chama de gangue. Não é uma simples denominação que vai fazer a diferença. Em Guarapuava, as gangues, ou grupos organizados, como se queira, “saltam” por todos os lados e mostram a sua força. Com violência impedem qualquer ação com a qual não se identificam. Durante a semana uma equipe da Rede Sul de Notícias foi impedida de entrar no Xarquinho para cobrir a morte de um jovem. Cenas assim, até então, só víamos em noticiários nacionais como fatos, principalmente, nos morros do Rio de Janeiro. O que será feito para coibir esse tipo de ação nociva à sociedade e da qual os próprios protagonistas são as maiores vítimas? Será que num futuro breve estaremos fadados a “pedir” permissão para trabalhar em determinados lugares sem sermos agredidos?

Os últimos “julgamentos” das matérias escritas pela Rede Sul de Notícias, sobre o tema, são de que fazemos apologia às gangues. Não se trata disso, de maneira alguma. A nossa intenção é relatar uma realidade que está “sob o nariz” da sociedade guarapuavana sem que esta perceba a gravidade da situação. Videos de rap cujas letras anunciam a morte deste ou daquele – e muitos já foram assassinados – circulam livremente pelo watsap, há meses, sem que qualquer medida seja tomada.

Por isso, muito mais do que tentar colocar “panos quentes” é preciso cuidar da ferida na sua causa para que ela, mais tarde, cicatrize. 

Cristina Esteche

Jornalista

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