22/08/2023

Foi o suficiente!

 

 

Uma das primeiras coisas que li nesta segunda feira chuvosa de Finados foi uma postagem da juíza Christine K. Bittencourt sobre o sentimento que temos dos nossos antepassados. Diz ela que, em vez de algum crédito que “cobramos” de quem já se foi devemos colocar na lápide apenas a frase “foi suficiente”. Confesso que nunca me dei bem com a morte ou qualquer sentimento de perda. Mas aos poucos, numa busca incessante para entender um pouco mais desse mistério da vida – e não é parodoxal – vou pinçando um ensinamento aqui, outro acolá, mas ainda sou frágil. Mas refletindo sobre a frase mencionada pela juíza entendi e aceitei perfeitamente o que se quer dizer. Ninguém está neste estágio terrestre em vão. Estamos num resgate espiritual movido por uma energia que desconhecemos e na qual necessitamos acreditar. Somos a soma de todos os nossos antepassados e o tempo de cada um deles na esfera terrestre foi o sucificiente, sim, para o nosso legado. As purificações – ou sofrimentos para o entendimento da maioria -, as alegrias, as perdas, as conquistas, as dores, os amores, tudo são resgates e precisam ser entendidos e respeitados como tal.

Acumulo muitas perdas nesta vida. Já entreguei à terra o mais novo dos meus filhos, Juan. Uma perda trágica, como todas são. Uma dor que não se cala, mas cuja ferida se cicatriza a cada evolução que tenho no meu conhecimento espiritual. Nessas perdas computo a ausência deixada por meu pai, João Maria, por meu irmão João Augusto, pelo pais dos meus dois filhos Diego e Luana, pelos meus avós maternos Victor e Leonídia, pelos avós paternos Agostinho e Aurora e tantos outros antepassados. Hoje já não questiono mais os porquês, pois sei que cada um cumpriu a sua missão nesta terra. E a cada um repito o que entendi hoje: que foi o suficiente. A todos, a minha gratidão! 

Cristina Esteche

Jornalista

Relacionadas

Este post não possui termos na taxonomia personalizada.

A missão da RSN é produzir informações e análises jornalísticas com credibilidade, transparência, qualidade e rapidez, seguindo princípios editoriais de independência, senso crítico, pluralismo e apartidarismo. Além disso, busca contribuir para fortalecer a democracia e conscientizar a cidadania.

Pular para o conteúdo