22/08/2023
Cotidiano

Casal relata origem do Santuário

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Da Redação

Conheça o relato do casal Maria de Lourdes Odebrecht Massaro e Jorge Luiz Massaro, que estabeleceram o templo religioso do Santuário do Tambor das Vocações, dedicado à Mãe Rainha e Vencedora Três Vezes Admirável de Schoenstatt, às margens da PR 170, há 25 anos.

“Nossa historia com a Mãe de Deus em Guarapuava:

Jorge e eu sempre fomos sempre muito unidos à nossa querida Mãe de Deus. Em Londrina, eu já participava da juventude desde 1968. E quando nos casamos começamos a participar da Liga das Famílias em Londrina.

Nos casamos no dia 18 de dezembro de 1975. Chegamos à Guarapuava em março de 1979. Viemos através do quartel. Tínhamos o Gabriel e estávamos aguardando o nascimento de Ana Lucia que foi exatamente no dia 18 de maio. Como sempre estivéssemos engajados nos trabalhos da Igreja, começamos a formar grupos de novena de Natal com nossa vizinhança. Aonde fizemos novas amizades, inclusive o casal Marcos e Maria Clara Ludwig, quando nos mudamos ao seu lado.

Sonhávamos instituir nosso Santuário lar, pois queríamos confiar nossa família mais profundamente à Mãe de Deus e desejávamos que ela fosse nossa Rainha e Educadora. Assim nos preparamos, e no dia de Instituição de nosso Santuário lar Nazaré nossos parentes e amigos de grupo em Londrina fretaram um ônibus e vieram ajudar-nos a concretizar este sonho. Foi um momento de graças especiais para todos. Era o dia 29 de maio de 1982. Neste dia a semente foi lançada e frutificou. Com as amizades das novenas e o incentivo do Pe. Honorino Muraro surgiu a ideia de formarmos um grupo de casais em Guarapuava. Meus pais se prontificaram a trazer as pessoas para nos orientar até Guarapuava, o que foi feito sempre que possível. A primeira reunião foi marcada e veio a Ir. Isabel Machado, que depois se revezava com o Pe. Irineu Trevisan e Ir. Fernanda Balan.

De inicio éramos dezessete casais, mas logo passamos a doze e depois a nove casais que fizemos nossa consagração como Liga das Famílias em Londrina, no Santuário da Esmagadora da Serpente. Este grupo pioneiro, depois foi denominado Aliança .

Ai surgiu o desejo de construirmos um Santuário em Guarapuava. De inicio, uma ideia de Darghan Elias. Nossos corações se inflaram e começamos a rezar pedindo esta graça.

E o sonho começou a se tornar uma realidade, quando numa conversa na sala dos médicos do Hospital Nossa Senhora de Belém Dr. Jacir Cortes Pires sugeriu ao Jorge a doação de uma parte de seu terreno no trevo do Pinhão e disse que iria falar com sua esposa Dra. Diana .Ela concordou e nós vibramos….. A alegria encheu nossos corações e, depois de termos recebido o aval das Irmãs de Maria, intensificamos nossas orações e começamos a limpar o terreno fazendo mutirões. De inicio foi celebrada uma Missa em Ação de Graças, na casa do Sr.Peterlini e esposa D. Odila.

Nossa primeira etapa seria fazer uma ermida onde pudéssemos rezar e oferecer nosso Capital de Graças. Assim encontramos esta imbuia antiga e linda e fizemos dela o primeiro trono de nossa Mãe e Rainha , nossa ermida, no dia 13 de março de 1988. A

partir daí, tornou-se o centro de nossas peregrinações . Ai o Pe. Honorino celebrava as primeiras Missas e o povo foi se encantando com as maravilhas realizadas pela Santa estrangeira .

Uma curiosidade: nossa primeira imagem colocada foi roubada e ficamos bastante abalados, mas fomos tranquilizados pelo nosso querido Pe. Honorino, que imediatamente nos pediu para fazermos outra. E o povo fazendo folclore….

Com a chegada de Dom Albano Cavallin como bispo de Guarapuava, fomos muitíssimos estimulados à construção do Santuário. Basta dizer que no dia de sua posse, ao final da celebração ele nos cumprimentou e entregou-nos um pequeno Santuário de gesso dizendo: “Hoje entrego a vocês este pequeno santuário e desejo que me devolvam no dia da Inauguração do Santuário Filial de Guarapuava.”

Dom Albano nos pedia ao menos três romarias grandes por ano até o Santuário. E elas aconteciam com a ajuda da Legião de Maria que também era dirigida pelo Pe. Honorino.

Nós, diante de tão grande missão, nos empenhamos de todas as maneiras possíveis neste trabalho. E o que muito nos marcava era que nas dificuldades, que não eram poucas, sempre surgia uma maneira inesperada de solução. Sentíamos a mão da Mãe nos empurrando… Pe. Irineu e Pe. Honorino não mediam esforços para nos ajudar e as Irmãs faziam o impossível para o êxito do empreendimento. E com o trabalho material, crescíamos também espiritualmente. Éramos muito unidos e nos sentíamos realmente uma pequena, mas forte família. Ninguém media esforços pelo trabalho.

Ir. Ignês Maria, veio morar em Guarapuava, na casa das Cáritas, para nos ajudar de perto. Já éramos dois grupos de casais, tínhamos Apóstolas e estávamos começando com os pioneiros. As imagens peregrinas começaram a se espalhar nas famílias, escolas e hospitais. A primeira foi enviada no dia 1º de outubro de 1989 na Catedral. A coordenadora era a Rosa Maria de Almeida. Muito empenhada neste trabalho, que foi assumido por ela como uma grande missão, ela não media esforços para realiza-lo.

Para divulgar nossa Mãe e Rainha , a Santa Estrangeira, promovemos até um show com o Pe. Antônio Maria, na Igreja Santa Terezinha, que foi muito bem aceito.

Com o intuito de arrecadar fundos para a construção, começamos a fazer jantares para 100 pessoas ,no salão da Catedral. Fazíamos tudo com muito esmero, cuidávamos de todos os detalhes e nossos eventos foram tão bem aceitos, que finalmente estávamos fazendo para 400 pessoas. Tínhamos até som ao vivo, com uma banda montada com integrantes de nosso grupo: Dr. Rogério Almeida, Dr. Sergio Cleto e Dr. Jorge Luiz Massaro. A comida, a ornamentação e a limpeza era feita por nós todos, que saíamos de lá, normalmente depois das duas da madrugada . Era lindo ver a alegria e o empenho de todos. Para ter uma pequena ideia: o altar, bancos e porta do Santuário

nos custaram 15.000 dólares e quantia que foi dividida em 10 parcelas mensais, por isso precisávamos nos esmerar nos jantares para pagar a conta. E os realizávamos a cada mês. As doações surgiam abundantemente. Todos queriam ajudar nesta construção.

Os mutirões eram frequentes e nada nos afastava do trabalho. Realmente foi um grande momento de graça para nós, nossas famílias e nossa diocese.

Conversando com Dom Albano sobre o ideal de nosso futuro Santuário ele manifestou o desejo que fosse dedicado às vocações, pois era uma grande necessidade para todos. Assim foi que nosso querido Santuário se tornou o Tabor das Vocações, cujo lema é Vem e Segue-me.

A inauguração foi marcada e o ritmo acelerado…, mas nossa alegria aumentava a cada dia. No final, quase sem folego e sem dinheiro precisávamos efetivar o trabalho… foi quando o Sr. Abel Olivo sugeriu uma rifa de um carro novo. Quase desmaiamos e mais uma vez a Mãe de Deus se mostrou vitoriosa. Uns poucos gatos pingados conseguiram realizar a rifa e quitar as contas para o término da construção. Realmente tudo foi um grande milagre, onde sentíamos claramente a mão da Mãe e Seu amado Filho a nos empurrar e fortalecer.

Era desejo de Deus que este Santuário fosse construído aqui e, como sempre nos dizia Pe. Honorino:” Quando Deus quer realizar algo e nós nos colocamos a sua disposição iniciando, Ele mesmo providencia o milagre da realização.”

Com o coração repleto de alegria e gratidão queremos nos lembrar de colocar no altar do Senhor todos aqueles que se empenharam para esta realização e por esta grande missão. Que nossa Mãe e Rainha continue a se manifestar como a grande Vencedora de todas as batalhas de Deus em nossas vidas.”

 

Cristina Esteche

Jornalista

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