Da Redação
O juiz Pedro Ivo Lins Moreira, da 1ª Vara Cível da Comarca de Cascavel, condenou a empresa Syngenta a indenizar dois integrantes do Movimento dos Sem Terra (MST), entre eles a família do líder Valmir Mota de Oliveira, o Keno, que acabou morto durante o confronto no dia 21 de outubro de 2007 em Santa Tereza do Oeste. Cabe recurso da decisão e a multinacional disse que vai recorrer.
Pela sentença, a Syngenta deve pagar R$ 400 mil por danos morais acrescidos de 1% ao mês e correção monetária pelo Índice Nacional de Preço ao Consumidor (INPC) desde a data do confronto à família de Keno. Além disso, o juiz determinou uma pensão mensal de quatro salários mínimos a ser paga até a data que Keno completaria 65 anos. O líder sem-terra tinha 34 anos quando foi assassinado.
No mesmo confronto, a sem-terra Isabel Maria Nascimento de Souza Cardi foi ferida com um tiro na cabeça e ficou cega do olho direito. Ela deve ser indenizada em R$ 125 mil, maisum salário mínimo mensal de indenização até o dia em que ela vier a falecer. Além disso, a multinacional terá que pagar outros R$ 25 mil a título de “danos estéticos” devido as lesões provocadas pelo tiro que foi disparado na cabeça
Na troca de tiros, o segurança Fábio Ferreira de Souza também foi morto. Cinco integrantes do MST são réus no processo criminal que investiga as duas mortes.
A sentença foi proferida no dia 21 de outubro, mas se tornou pública nessa quarta feira (18). O juiz classificou o episódio de “massacre travestido de reintegração de posse”. No dia da invasão, pouco tempo depois de os sem-terra ocuparem a fazenda os seguranças armados chegaram em um ônibus para tentar expulsar o grupo do local.