Da Redação
Guarapuava – Sem “papas na língua”. Assim se traduz a entrevista entre a Rede Sul de Notícias e o vereador Cleto Tamanini. Considerado vereador de oposição, embora diga que não está nessa bancada e nem do grupo governista, Cleto desfere duras críticas à maioria dos colegas parlamentares. Para ele, não há fiscalização, a maioria é cooptada pelo Executivo, muitos projetos são ilegais e muitos estão na Câmara pelo subsídio mensal e para empregar parentes ou apaniguados. “A maioria sempre cooptada pelo Executivo, não lê projetos, não fiscaliza, só pensa na próxima eleição, daí o vereador está lá pelo salário, para empregar parentes e/ou apaniguados e para se beneficiar diretamente das secretarias”, afirma.
RSN – Como o senhor avalia a sua atuação como parlamentar?
CLETO – “Estou procurando desempenhar o papel de vereador, por isso não me enquadro em situação, nem em oposição. Como voto mais contra do que a favor, consideram-me de oposição. Mas é porque os projetos vem ilegais, irregulares, incompletos, e como não os regularizam, apesar dos constantes alertas, vota-se contra. Como também se faz fiscalização (uma meia dúzia que assim age), levantam-se os problemas e assim acham que é crítica; e os 14 vereadores cooptados pelo Executivo, que votam a favor dele cegamente, sentem que podem se desgastar com essa maneira de agir, por isso não a aceitam”.
RSN – No seu entendimento, o que está motivando a série crescente de manifestações populares que buscam, principalmente, a redução dos subsídios dos vereadores?
CLETO – “É exatamente porque as Câmaras não fazem o seu papel. A maioria sempre cooptada pelo Executivo, não lê projetos, não fiscaliza, só pensa na próxima eleição, daí o vereador está lá pelo salário, para empregar parentes e/ou apaniguados e para se beneficiar diretamente das secretarias”.
RSN – Para o senhor a estrutura disponibilizada no seu gabinete na Câmara de Guarapuava (funcionários, móveis, computadores, material de expediente e salários) é suficiente para a realização de um trabalho que satisfaça a opinião popular?
CLETO – “Para o que faz a maioria dos vereadores, não haveria necessidade de assessores e nem de gabinete. Para os poucos que lem, estudam, fiscalizam, fazem expedientes, produzem relatórios, a estrutura atual não é suficiente” .
RSN – Na sua opinião, por que a população de Guarapuava não participa mais ativamente das sessões ordinárias?
CLETO – “Pelo que já foi dito nas questões anteriores, pela falta de divulgação, de motivação (é a Mesa que peca nesse sentido) e talvez pelo horário”.
RSN – O senhor acredita que seu trabalho na Câmara de Vereadores é de conhecimento da população?
CLETO – “O meu trabalho é pouco conhecido pela população. Não sou ligado a órgão de imprensa, escrita, falada ou televisada, que só divulga da gente aquilo que é meio bombástico. Nas redes sociais também não se tem uma organização que seja razoável”.
RSN – Quais são seus projetos para o próximo ano, que é um ano de eleições?
CLETO – “Fazer com que esses clãs familiares não consigam mais administrar o Município. Tentar por alguém que, ao menos, seja honesto, porque fazer milagres, com tantos problemas que deixaram e vão deixar, ninguém os fará”.