A montadora alemã Volkswagen apresentou as primeiras soluções técnicas para adaptar às normas os carros equipados com um software que adulterava os resultados das emissões de poluentes, segundo a agência France Press. De acordo com a empresa, a medida vai exigir menos de 1 hora de trabalho na oficina.
A Volkswagen admitiu ter equipado milhões de motores a diesel com um software capaz de falsificar as medições de emissões de óxido de nitrogênio, assim como os níveis de emissão de dióxido de carbono em outros 800 mil veículos a gasolina.
"O grupo Volkswagen apresentou à KBA (a agência reguladora alemã) suas soluções técnicas concretas para os motores EA189 de 1.6 litro e 2 litros de cilindrada", anunciou a montadora em um comunicado.
No caso dos motores de 1.2 litro, a solução técnica será apresentada à KBA no final do mês e "consistirá provavelmente em uma atualização do software".
Concretamente, nos veículos de 1.6 litro deverá ser instalado um conversor de corrente no motor, "diante do medidor de vazão de ar". O reparo deve demorar "menos de uma hora", afirma a empresa.
No caso de dois litros, bastará uma atualização do programa, o que "exigirá por volta de meia hora de trabalho".
Depois dos reparos, os veículos em questão passarão a respeitar os limites de emissões de óxido de nitrogênio.
A partir de janeiro, o grupo Volkswagen, que tem 12 marcas (entre elas Seat, Skoda, Audi, Porsche e as de caminhões MAN e Scania), deve anunciar um recall de 8,5 milhões de veículos. No Brasil, pelo menos 17 mil unidades da Amarok serão chamadas.
O presidente da empresa, Matthias Müller, afirmou na segunda-feira que as soluções encontradas envolvem mais de 90% dos veículos do grupo na Europa.
Prejuízo
A Volkswagen não reduzirá as provisões planejadas de € 6,7 bilhões para os custos do escândalo de emissão de poluentes em veículos a diesel, embora o reparo técnico tenha se mostrado mais simples do que o esperado, informou a agência Reuters.
A empresa está buscando até € 20 bilhões em financiamentos de bancos conforme luta para lidar com os custos esperados do escândalo, que analistas dizem que podem chegar a € 40 bilhões incluindo multas, queixas legais e o conserto dos veículos.
Mas embora o custo total do escândalo não esteja claro, a VW não tem planos de alterar as provisões existentes, disse um porta-voz.