22/08/2023


Geral

Condenados na Lei Maria da Penha recebem aulas de comportamento

Da Redação

A Justiça de Ponta Grossa, está tentando usar penas alternativas para homens autuados pela Lei Maria da Penha, que trata sobre a violência doméstica. Em vez de serem presos, os homens autuados por bater nas companheiras são obrigados a passar por um curso de quatro meses, onde aprendem a respeitar as mulheres.

Os casos em que cabe o curso são selecionados pela Justiça. Geralmente, os homens encaminhados para as aulas praticaram atos menores de violência. Nos demais, a pena aplicada é a mesma que prevê a Lei Maria da Penha: detenção em regime semiaberto ou cumprimento de serviços comunitários.

“O principal objetivo do nosso grupo é a reflexão e a responsabilização. Então, a ideia é que eles participem aqui e possam refletir sobre seu modo de vida, seus atos praticados, seus comportamentos, para que possam enxergar alguns erros nesses comportamentos e, assim, modifica-los”, explica o psicólogo Luis Renato Bertelli. As aulas são oferecidas pelo Ministério Melhor Viver, ligado a uma igreja evangélica.

O motorista Antônio Ferreira não aceitou o fim de um relacionamento e, certo dia, acabou agredindo a mulher que o deixou. “A gente “forçou” um relacionamento, ameaçando a pessoa. E não devia ter feito isso com a pessoa que eu estava convivendo”, conclui. Para ele, é melhor refletir antes de tomar qualquer decisão que possa magoar outras pessoas.

O representante comercial Jaime Inácio é outro que diz ter mudado a visão de como se relacionar com as outras pessoas. Ele teve uma briga com a ex-mulher, com quem viveu por 11 anos. “Qualquer ato que a gente possa cometer precisa ser muito bem pensado.

Nós temos que procurar ter a paciência, a calma. Eu teria evitado muitas desavenças na minha vida conjugal, se eu tivesse tido um pouco mais de paciência, se eu tivesse refletido um pouco melhor”, diz.

Bertelli diz que a iniciativa tem conseguido bons resultados. “É muito visível durante o desenvolvimento do grupo essa mudança (de comportamento). E nós temos uma estatística zero de reincidência, nesses três anos de funcionamento do projeto”, afirma.

Cristina Esteche

Jornalista

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