22/08/2023
Brasil

Chegou, chegando!

O ano de 2016 chegou, chegando. Temos à nossa frente dias de novos desafios, principalmente por se tratar de ano eleitoral nos municípios brasileiros. O ano, portanto, promete pouca, ou nenhuma tranquilidade, mesmo porque, as crises de 2015 migraram para 2016. É preciso dizer que o contexto político brasileiro foi extremamente tumultuado em 2015 e tende a permanecer assim, sob o ponto de vista da disputa política. O mandato da presidente Dilma é o alvo das movimentações políticas principais, as quais envolvem vários grupos diferentes da oposição, principalmente, a direita conservadora, que transitam por caminhos diversos com o objetivo de retirar a presidente do poder. Situação que muda de estratégia cada vez que as investigações da Lava Jato revelam novos atores. O destaque do ano passado fica por conta da implicação do presidente da Câmara, Eduardo Cunha. Em tudo isso, uma coisa é certa: os grupos políticos envolvendo o PMDB – hoje dividido entre Michel Temer, Renan Calheiros e Eduardo Cunha – , o PSDB com José Serra, Aécio Neves e Geraldo Alckmin, arquitetam alianças estratégicas visando encurtar o mandato da presidente Dilma, sempre buscando o caminho que mais lhe favoreça. Por causa disso, arregimentam outras forças dentro do Congresso Nacional e na sociedade civil brasileira, mas já não podem contar mais com as mobilizações populares nas ruas. As pessoas já perceberam que os movimentos realizados em 2015  não tinham como foco o sistema político na sua integralidade, ou seja, não tinham como alvo o Legislativo, o Executivo, o sistema partidário, mas enfraquecer a gestão federal. Isso aconteceu quando o presidente da Câmara, Eduardo Cunha – articulador do processo de impeachment de Dilma – protagoniza denúncias de corrupção e dispersa qualquer possibilidade de mobilização de massa. Afinal, que moral ele tem para qualquer iniciativa dessa natureza? O que pode acontecer é o surgimento de manifestações institucionais, envolvendo a esfera municipal. Nesse contexto se inserem as eleições nos municípios. E nesse sentido o ex-presidente Lula enfrenta um grande desafio: auxiliar Dilma a enfrentar o enorme desgaste político. Essa tarefa é essencial para Lula porque pode garantir algum sucesso eleitoral para o PT no ano das disputas municipais. Como se vê, 2016 chegou e não será nada fácil na seara política.

 

Cristina Esteche

Jornalista

Relacionadas

A missão da RSN é produzir informações e análises jornalísticas com credibilidade, transparência, qualidade e rapidez, seguindo princípios editoriais de independência, senso crítico, pluralismo e apartidarismo. Além disso, busca contribuir para fortalecer a democracia e conscientizar a cidadania.