22/08/2023
Brasil Cotidiano

Jornalista mineiro divulga invenções na RSN

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Cristina Esteche

Ele é jornalista, especialista em dependência química pela USP (Universidade de São Paulo), mineiro de São Lourenço, mas dedica o seu tempo pondo em prática a criatividade. O inventor Paulo Gannam, como bom observador, encontrou a RedeSul de Notícias por indicação que recebeu pelo Facebook e viu no portal a oportunidade de divulgar as suas invenções e encontrar parcerias.

"Fui orientado pelo pessoal da página do Face a entrar em contato com a RedeSul de Notícias. Crio novos produtos e solicito a patente desses produtos, visando fazê-los chegar um dia ao mercado".    

Gannam possui mais de 800 ideias criativas “cruas”, ou seja, ainda dependendo de patente. Outras quatro já estão com patente requerida no Instituto Nacional da Propriedade Nacional (INPI).

A primeira foi um sensor lateral de estacionamento para proteger pneus, rodas e calotas junto ao meio-fio. Para o inventor, que já dispõe da prova de conceito do produto feita em PIC e em Arduino, o principal benefício do produto é o fato de ser mais acessível e atingir um público mais amplo, seja pessoas de menor poder aquisitivo, seja aquelas de maior poder aquisitivo que não tem interesse em gastar horrores com produtos de assistência abarrotados de sensores e/ou câmeras e seus softwares: os chamados ADAS (Advanced Driver Assistance Systems).

"Mas o começo disso tudo é bem interessante. Eu estava no terceiro ano de jornalismo. Tinha um blog e redigia artigos sobre os mais variados temas. Certa vez, postei um artigo intitulado “Obra-prima de borracha”, que destacava os benefícios de se trazer a galocha de volta ao mercado, dando-lhe novas feições e design, pelo benefício em evitar que nossos pés e calçados se molhassem durante as chuvas”. Segundo o inventor, essa ideia surgiu depois de ter sido apresentado à galocha por um tio, o Toninho Gannam, que a trouxe de seu sítio. Estava bem acabada, mas trazendo benefícios que eu sempre achei que nossos calçados deveriam voltar a agregar. Creio que ali estava começando a nascer esta verve inventiva”.

Anos mais tarde, sem exercer a profissão jornalística, Gannam diz que o que mais fazia era tomar açaí na tigela nas horas vagas. "Tornei-me religioso apreciador do produto e passei a diferenciar os melhores dos piores açaís na tigela com grande perspicácia. Resolvi passar a fazer açaí na tigela em casa e fiquei mais ou menos um ano e meio aprimorando o produto e usando meus familiares de cobaias”. O inventor disse que desejou montar um negócio de açaí com base naquele creme que eu tinha conseguido fazer em casa com uma consistência dos deuses. Porém, percebeu que poderia agilizar o processo criando uma máquina que fizesse aquele creme sem exigir tanta destreza manual. Passei quase um ano com um técnico de Taubaté, tentando construir a máquina, mas o máximo que conseguimos foi sucessivas explosões da engenhoca. Via-se periodicamente, no horizonte da terra de Monteiro Lobato, um cogumelo gigante, sempre que o insucesso de um novo teste se repetia. Assim, precisou abandonar a ideia, pois não tinha mais dinheiro para investir. Contudo, o benefício foi que, buscar alternativas para a criação e para o sistema desta máquina, com a simples imaginação, despertou sua mente para a sensibilidade inventiva. A partir de então, a “porteira se abriu" e não parou mais de ter ideias. "Elas surgem de modo aparentemente aleatório, mas também a partir da observação consciente de algum problema ou necessidade cotidiana identificada”.

Embora já tenha atuado com assessoria de imprensa, supervisor de Censo pelo IBGE e auxiliar em centro de recuperação de dependentes químicos, nos últimos cinco anos atua na criação, desenvolvimento e solicitação da patente, negociação e busca pela comercialização de produtos no mercado através de parcerias com empresas – tanto estabelecidas quanto emergentes. Hoje 70% do seu trabalho é focado na criação e desenvolvimento de novos produtos e sua apresentação a empresas. Nos 30% restantes atua com administração imobiliária.

A imaginação dá asas a quem realmente sabe voar.

Cristina Esteche

Jornalista

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