Turbulência no PMDB

Uma conversa do deputado Luiz Claudo Romanelli de que está sendo difícil ficar no PMDB e ao mesmo tempo continuar liderando a bancada do governador Beto Richa na Assembleia provou a reação antecipada do senador Roberto Requião.  No entendimento de peemedebistas, para não ser pego de surpresa com possíveis pedidos de desfilação, durante a semana passada ele distribuiu nos gabinetes cópias de matéria publicada na revista CartaCapital com críticas ao governador. A revista estampou uma foto de Richa ao lado do ex-assessor Marcelo Tchello Caramori, acusado de pedofilia por promover festinhas com menores de idade. Requião não deixou por menos e escreveu: “apoiar um governo assim é uma indignidade”. No embalo dessa onda, o senador pede que Romanelli, Artagão Junior, Alexandre Curi e Jonas Guimarães, peemedebistas que apoiam Richa desde a última campanha, saiam do partido. “Ou eles saem do partido ou o partido sai com eles”, avisou.

O “aviso” surpreendeu o quarteto. Em contato com este blog, nesta segunda feira (15), Artagão Junior disse que o “convite” surgiu de uma forma inesperada, “baseado em fofocas”. O parlamentar se refere à conversa de Romanelli sobre a liderança de Richa e o PMDB. “Se trata de fogo amigo vindo de gente que quer causar turbulência no PMDB”, disse o deputado.

O assunto, porém, gerou uma reunião nesta terça (16), às 11h, entre os quarto peemedebistas. “Vamos refletir sobre esse fato”, afirma Artagão Junior. “Estão dizendo que o Romanelli vai para o PSB e eu para PSD, mas não existe nenhuma conversa nesse sentido”, assegura.

Segundo Artagão Junior, existe uma insegurança em relação à janela partidária, que possibilita a mudança de partido sem a perda do mandato. “Há juristas que não entendem dessa forma. Precisamos estudar muito bem”, diz . Essa afirmação, porém, demonstra um aceno para uma possível saída do PMDB.