Da Redação
Quedas do Iguaçu – A destruição do viveiro da empresa Araupel na madrugada desta terça feira (08), em Quedas do Iguaçu, faz parte da Jornada Nacional de Luta das Mulheres Camponesas (LEIA AQUI).
O lema deste ano é "Mulheres na luta em defesa da natureza e alimentação saudável, contra o agronegócio”. De acordo com o MST, atividades estão programadas para a primeira quinzena deste mês em todo o país. A intenção é denunciar o capital estrangeiro na agricultura brasileira e as empresas transnacionais, chamando a atenção da sociedade do modelo destrutivo do agronegócio para o meio ambiente, a ameaça à soberania alimentar do país e a vida da população brasileira, afetando de forma direta a realidade das mulheres.
Em Quedas do Iguaçu, a mobilização aconteceu na madrugada desta terça (08), quando cerca de 450 famílias, acampadas nas áreas Herdeiros da Terra e de 1° de Maio, em Rio Bonito do Iguaçu, região centro do Paraná, se deslocaram para uma área denominada Guajuvira pertencente ao título Pinhal Ralo nas terras da empresa Araupel. Os sem terra entendem que essa área foi “grilada” pela empresa. No Paraná, a empresa Araupel é exemplo claro desse modelo, pois não produz alimentos, apenas madeira para exportação, com as terras cobertas por um deserto verde de pinus e eucalipto”, diz o MST. Cerca de 1,2 milhão de mudas foram destruídas. Na tarde de hoje a assessoria de imprensa da Araupel informou a RSN de que mudas de espécies nativas também foram destruídas: erva mate; ipês brancos, rosa, amarelo e roxo, pata de vaca, jacarandás, cedros, louros, pitangeiras, entre outras.
Ao mesmo tempo em que protestam, as camponesas apresentam como alternativa o projeto de agricultura baseado na agroecologia, e propõe a luta em defesa da soberania alimentar.
As sem terra também denunciam a impunidade no caso do Massacre de Carajás, que em 2016 completa 20 anos, sem nenhum dos acusados preso.