22/08/2023
Cotidiano

GAECO de Guarapuava participa de operação internacional

O Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado) de Guarapuava foi o único contingente policial do interior do estado convocado a participar da Operação Anarquia, realizada na última segunda-feira (7), que resultou na prisão de 13 suspeitos acusados de fraudar o sistema de concessão de vistos para trabalho temporário nos Estados Unidos. No Paraná, 5 pessoas foram presas, todas na capital do estado. Os outros mandatos foram cumpridos nos estados de Mato Grosso, Minas Gerais e são Paulo.

A operação, que contou com a colaboração de autoridades brasileiras e americanas, ainda procura outras 5 pessoas que permanecem foragidas. Segundo a promotoria, todas estão nos Estados Unidos, há informações que pelo menos três delas sejam brasileiras.
A fraude acontecia quando a quadrilha, por meio de diversas empresas, cobrava entre R$ 10 mil e R$ 15 mil para agenciar o trabalho de brasileiros em hotéis, restaurantes e indústrias nos Estados Unidos. Quando chegavam ao país, porém, não encontravam trabalho ou moradia, e, em situação ilegal, dependiam de parentes ou amigos para voltar.
A fraude começava nos Estados Unidos, quando o representante das empresas que ofereciam vagas aumentava o número de postos disponíveis: de 50 vagas existentes, por exemplo, ele solicitava 200. O pedido era encaminhado ao Congresso americano responsável pela aprovação das vagas, que autorizava a contratação.
Segundo a promotora Aline Zavaglia Alves, do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado) de Guarulhos, as empresas não sabiam do aumento do número de vagas e apenas recebiam os trabalhadores solicitados. O advogado representante das empresas, apontado como um dos mentores da quadrilha, não pode ser processado no Brasil, mas a Promotoria disse ter enviado um comunicado às autoridades americanas.
No Brasil, o documento era fraudado novamente e o número de vagas era aumentado mais uma vez: as 200 vagas eram então aumentadas para 1.000. Segundo a Promotoria, a quadrilha se estruturava na forma de uma rede de empresas, que atraía as vítimas com propagandas em jornais e na internet oferecendo salários de US$ 15 a hora. Alguns dos nomes de empresas usados pela quadrilha eram: Work USA, Job USA e TWSO.
De acordo com Aaron Codispoti, diretor de segurança do consulado americano em São Paulo, indícios da irregularidade começaram a ser identificados em 2002, mas o Ministério Público foi informado somente em 2008, quando houve um aumento do volume de pedidos. Além da Promotoria e do consulado, as investigações envolveram a Polícia Civil um agente trabalhou infiltrado por um ano e autoridades americanas.
Com informações de: www.tvcanal13.com.br

Cristina Esteche

Jornalista

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