22/08/2023
Guarapuava Política

Napoleão admite que Executivo tem a maioria "sob controle"

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Da Redação

Guarapuava – O presidente da Câmara de Vereadores de Guarapuava, João do Napoleão (PROS), assumiu publicamente que nenhuma iniciativa contrária aos interesses da maioria será aprovada. “Não prospera. O que manda na Câmara é o voto e o prefeito tem a maioria dos vereadores sob o seu controle”, esbravejou na sessão de terça feira (19). A declaração aberta de João do Napoleão fere o princípio da independência entre os poderes e o próprio regimento interno da Casa de Leis.

“O presidente deve conduzir a sessão e não ficar interpelando vereadores, sem estar inscrito para falar”, observa o vereador Cleto Tamanini (PTC). Segundo Tamanini, a reação de João do Napoleão aconteceu após comentário provocado por declarações dos vereadores Rodrigo Crema (PSB) e Neto Rauen ( PPS) sobre o impeachment da presidente Dilma.

“O Rodrigo Crema disse que fez um churrasco em casa para comemorar a admissibilidade do impeachment e o Neto Rauen falou que se sente confortado”. Após esses comentários, Tamanini disse que irá entrar com representação contra o prefeito Cesar Silvestri Filho (PPS) por ter cometido pedaladas fiscais.

“Se eles (Crema e Neto Rauen) estão comemorando o impeachment da presidente Dilma, devem se preparar para comemorar a cassação do prefeito pelos mesmos motivos. E quando falei isso, o João [do Napoleão], em outras palavras, disse que a Câmara está dominada”. Segundo Tamanini, no horário reservado às explicações pessoais, João do Napoleão usou a tribuna para pedir desculpas ao vereador do PTC. "Depois veio pedir para fazer as pazes", disse Tamanini.

A gravação em vídeo da sessão de terça feira (19), noite da discussão, foi retirada do YouTube a mando do presidente, segundo informações de servidores da Câmara. Até esta segunda (25), a sessão continuava sem ser reprisada, como acontece com a maioria das transmissões.

Os estudos eladorados por Cleto Tamanini subsidiarão uma representação por crime de responsabilidade fiscal contra o prefeito nos próximos dias. Remanejamento de verbas acima do percentual previsto em lei e abertura de créditos adicionais especiais por decretos, são alguns dos fatores apontados pelo vereador como sendo irregulares.

Cristina Esteche

Jornalista

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