22/08/2023
Economia Guarapuava

Meirelles na Fazenda traz clima de confiança, avalia economista

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Cristina Esteche

Guarapuava – A entrevista concedida pelo novo ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, nesta sexta feira (13), ao programa Bom Dia Brasil (Rede Globo), foi vista como “reticente” pela economista Luci Nychai, do Departamento de Economia da Universidade Estadual do Centro-Oeste (Unicentro). “Foram mais conjecturas do que pode acontecer, mesmo porque o novo governo ainda não possui dados reais sobre a economia brasileira. Ele [Meirelles] falou sobre a reforma da Previdência, sob o controle das despesas públicas, mas não foi enfático, pois precisa saber como está a economia para então tomar as medidas assertivas”.

De acordo com a economista, pela personalidade de Meirelles, que já foi presidente do Banco Central no governo de Luis Inácio Lula da Silva (PT), há uma confiança de que a economia brasileira será retomada. Mas para isso, serão necessárias reformas essenciais, como é o caso da Previdência. “São questões pontuais, urgentes, como também o controle das dívidas públicas; o estímulo à atividade produtiva como instrumento para conter o desemprego, como ele [ministro] mesmo pontuou”.

Segundo Luci, a economia nacional está estagnada há cerca de um ano e meio e precisa de medidas urgentes para que retome o caminho do crescimento. “Precisamos, entretanto, estar conscientes que esse crescimento só vai acontecer no início de 2019, mas a nomeação de Meirelles nos deixa  confiantes”. De acordo com a economista, o novo ministro é uma pessoa consciente dos problemas brasileiros e isso gera uma expectativa positiva. “Ele entende dos problemas dos setores privado e público e isso também desperta a confiabilidade do mercado financeiro e dos investidores”.

Com uma postura mais ortodoxa, de banqueiro, Meirelles deve impor uma economia mais liberalizada. “Antes, tínhamos uma economia populista que utilizava recursos do Tesouro Nacional, dos bancos estatais gerando graves problemas de caixa”.

Para este final de ano, entretanto, ainda há a dependência da condução política, do impasse se a presidente Dilma retorna ou não. “Precisamos retomar o crescimento da economia, mas é preciso também que os políticos retomem o caminho da governança”.

Cristina Esteche

Jornalista

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