22/08/2023
Geral Guarapuava

Cor de pulseira gera polêmica em atendimento médico na UPA

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Da Redação

Guarapuava – Um vídeo postado em redes sociais (veja no fim da matéria) ganhou repercussão nesta sexta feira (20). A postagem mostra uma criança chorando no colo da mãe, aguardando atendimento na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Batel, na madrugada de hoje. Na mensagem publicada, Isabelle Mazepa conta que a filha, de 1 ano e três meses, chorou a noite inteira e que às 4h30 da madrugada resolveu levá-la até a UPA. De acordo com a mãe, não havia nenhuma atendente na recepção e que quando foi atendida na pré consulta foi comunicada que teria um prazo de quatro horas até o atendimento médico.

De acordo com a atendente, cujo nome não foi divulgado a pedido desta, eram 4h30 da madrugada quando Isabelle, a filha e um casal de avós chegaram na UPA.

“Como estávamos em três atendentes e duas técnicas de enfermagem estavam atendendo casos de emergência, eu saí da recepção e fui arrumar os consultórios. Nesse horário é calmo e não havia ninguém à espera. Pedi ao segurança que me chamasse, caso chegasse alguém”, disse à RedeSul de Notícias. De acordo com a técnica em enfermagem, minutos depois ela voltou à recepção para atender a família. “Fiz a pré consulta, mas não dei pulseirinha alguma. Apenas fiz uma anotação na ficha de cadastro quando o avô me perguntou o que significava a cor azul eu disse que estipulava o prazo para atendimento em até quatro horas”.


(Foto: Divulgação/MS)

Segundo a técnica, o senhor começou a gritar. “Ele me perguntou quem era eu para dizer que a sua neta seria atendida dali a quatro horas; se havia médico de plantão e se eles teriam que esperar até que o despertador acordasse o médico para então atender a criança”.

A atendente disse que saiu para chamar o plantonista e o encontrou já indo fazer a consulta. “A criança foi consultada e ficou em observação porque teve que tomar soro e fazer sessões de inalação, sendo liberada por volta das sete horas de hoje”.

Segundo a técnica em enfermagem, a cor da pulseira é uma exigência do Ministério da Saúde e determina, na triagem, a urgência do caso de cada paciente e, consequentemente, determinará o tempo aproximado de espera para o atendimento. A cor azul é para pacientes sem grau de urgência e podem esperar até 240 minutos pelo atendimento.

“A menina estava com a temperatura normal, mas isso não significava que ficaria esperando por quatro horas, já que não havia ninguém para ser atendido. É apenas um protocolo que precisa ser cumprido por exigência do Ministério da Saúde”.

NOTA OFICIAL

Em virtude da repercussão do caso, a Secretaria Municipal de Saúde emitiu Nota Oficial, na tarde desta sexta feira. A nota diz que a Secretaria de Saúde segue as normativas do Ministério da Saúde com a Portaria 2048 para implantação  do acolhimento e da  triagem classificatória de risco, nas unidades de atendimento de urgências.

Segundo o documento, o processo é realizado por profissional de saúde, mediante treinamento específico e utilização de protocolos pré-estabelecidos e tem por objetivo avaliar o grau de urgência dos pacientes. Dessa forma, a paciente retratada no vídeo, conforme diz, chegou à UPA às 4h30, do dia 18/05/2016, passou pela "triagem classificatória de risco" às 4h53, onde foi classificada como "não urgente", uma vez que a criança não apresentava febre ou outros sinais de urgência e emergência e, às 5h15 foi atendida pelo médico plantonista, ou seja, desde a "triagem classificatória de risco" até o momento do atendimento, foram 22 minutos de espera. Em seguida a criança foi devidamente medicada, ficou em observação e recebeu alta às 6h59.

“Dessa forma, a paciente retratada no vídeo, conforme diz, chegou à UPA às 4h30, do dia 18/05/2016, passou pela 'triagem classificatória de risco' às 4h53, onde foi classificada como 'não urgente', uma vez que a criança não apresentava febre ou outros sinais de urgência e emergência e, às 5h15 foi atendida pelo médico plantonista, ou seja, desde a 'triagem classificatória de risco' até o momento do atendimento, foram 22 minutos de espera. Em seguida a criança foi devidamente medicada, ficou em observação e recebeu alta às 6h59".

Cristina Esteche

Jornalista

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