por André Deliberato, do UOL
São Paulo – Assim como definir o nome de um bebê, escolher o nome de um novo automóvel não é tarefa fácil. Mas todas as fabricantes são unânimes em um ponto: qualquer nome precisa ser fácil, grudar na cabeça das pessoas e ser agradável de ser ouvido. A pesquisa para definir o "batismo" do novo veículo, normalmente atribuída ao pessoal de marketing das empresas, chega a durar meses ou até anos.
Conheça abaixo a origem de alguns nomes de carros conhecidos do consumidor brasileiro e as artimanhas das marcas para criar um novo apelido.
ABREVIAÇÕES
Algumas fabricantes optam por nomes curtos e de fácil entendimento, normalmente abreviações de adjetivos característicos do produto. Fiat Mobi, por exemplo, vem de "mobilidade". Já o Nissan Versa, por sua vez, vem da palavra "versatilidade". O mais famoso de todos, Kombi, vem do alemão Kombinationfahrzeug, que quer dizer "veículo combinado para carga e passageiro".
HOMENAGENS
Alguns nomes são escolhidos para fazer homenagens – seja para povos, ventos, animais, cidades ou até esportes. A Volkswagen é uma das campeãs: Gol e Golf (esporte), Brasília e Parati (cidade), Santana, Bora e Passat (nomes de ventos) Apollo e Eos (deuses) e Touareg (povoado nômade) são alguns exemplos. Há outros como Monza, Marajó, Ipanema, Celta…
TROCADILHOS
Alguns carros têm nomes que unem dois significados, formando até trocadilhos. "Tiguan", por exemplo, é a mistura entre as palavras "tigre" e "iguana" – segundo a Volks, o SUV une a força do felino com a versatilidade do réptil. "Opala", segundo fóruns especializados, é a união de "Opel" com "Impala" (fãs dizem que ele é um Opel Rekord com mecânica de Chevrolet Impala, que usava o motor seis-cilindros).
NÚMEROS OU LETRAS
Algumas marcas preferem utilizar números ou letras para identificar seus carros – é mais prático e fácil, mas alguns acreditam que isso tira um pouco do charme do automóvel. Porsche 356 e 911; BMW 320i, 335i, X1, X3 e X5; Mercedes-Benz A200, C300, S400 e C 63 AMG; Audi A3, A4 e A5; Citroën C3, C4, C5, C6; Peugeot 208. 308, 408, 2008 e 3008 são exemplos de padronização nominal de montadoras.
SIMPLESMENTE NADA
Além dos carros com nomes numéricos, existem também carros com nomes próprios que significam… absolutamente nada. Jetta, Sandero e Livina, por exemplo, são três nomes criados por computador que não têm sentido algum.
PEJORATIVOS
Alguns nomes podem ter deteminados sentidos em um país, mas significados constrangedores em outros, algo comum de acontecer em projetos globais. Neste caso, as empresas renomeiam o automóvel somente em uma região. Em países que falam a língua espanhola, por exemplo, a Mitsubishi precisou substituir o "Pajero" por "Montero", já que a primeira palavra tem sentido sexual… Foi por algo parecido que a Honda na Europa trocou o nome do Fit por Jazz. Outro exemplo: a fabricante chinesa de utilitários Chana mudou seu nome, no Brasil, para Changan.
SOBRENOME QUE VIRA NOME
Alguns carros mudaram de nome com o passar dos anos – pelo surgimento de uma nova geração ou até mesmo pelo costume de ser chamado pelo sobrenome. Mille, por exemplo, era o sobrenome da versão 1.0 do Uno… e acabou virando nome documento. Classic já foi Corsa Classic, Weekend era Palio Weekend, WRX um dia foi chamado de Impreza WRX… e por aí vai.