Cristina Esteche
Guarapuava – Para ele não existem obstáculos que não possam ser superados, desde que haja determinação. Numa cadeira de rodas, com a coordenação motora comprometida pela paralisia cerebral, Alexandro de Andrade, 41 anos, é escritor e agora decidiu ter participação ativa na política guarapuavana.
Para quem escreveu o livro “Só o Amor Vale a Pena” utilizando uma bomba de chimarrão na boca para digitar e agora trabalha na segunda obra literária, já utilizando as mãos para segurar uma chave de fenda para teclar, esse novo desafio não o assusta. “É um grande desafio, mas não tenho medo”.
Alexandro mora no núcleo residencial Tancredo Neves, e é o mais velho de três irmãos. A mãe, dona Neuza é quem o acompanha por onde anda.
A sua limitação física não o impede de perseguir os seus sonhos. Já prestou vestibular duas vezes para o curso de Publicidade e Propaganda na Universidade Estadual do Centro-Oeste (Unicentro), porém, sem aprovação.
Dando uma trégua nos estudos, Alexandro agora quer ser vereador. A decisão aconteceu após acompanhamento da política local, principalmente, das sessões da Câmara, pela televisão. “A política guarapuavana é muito apática e eu quero entrar para mudá-la. Me vejo como uma pessoa batalhadora. Quero estudar, escrever o segundo livro, enfim.”
Filiado ao PSC – faz questão de contar que pediu para ser candidato ao secretário de Desenvolvimento Urbano, Ratinho Junior, quando este ainda estava no partido – , Alexandro diz que, se eleito, pretende lutar para a implantação de políticas públicas que beneficiem os deficientes, nas áreas geral e social. “Vou batalhar para vencer”, diz.
Para Alexandro, estar numa cadeira de rodas e possuir limitações físicas não é vergonha para ninguém. “Não tenho medo do preconceito e não me envergonho de estar numa cadeira de rodas, de ter dificuldade para me comunicar. Acho que todos tem condições”.