Cristina Esteche
Guarapuava – O vigilante Lincoln Honório Mendes Junior é o maior exemplo de que tempo é a gente quem faz. Ele se divide entre a segurança de agência bancária, fazendo e vendendo doces, cuidando das filhas e ainda cursando Direito.
O dia de Lincoln começa às 8h30, “quando a filha bebê permite”, caso contrário ele pula da cama às 6h. Após a higiene e a refeição matinal, começa a confecção de bombons crocantes, feitos com cone trufado e recheios de maracujá, brigadeiro, ameixa e beijinho. “Quando enjoo, mudo de sabor”. Como auxiliar, ele conta com o apoio da esposa que deixou de trabalhar após o parto da segunda filha, para cuidar da casa.
O tempo passa e às 11h ele deixa a cozinha para ser o vigilante numa das agências bancárias da cidade, atividade que exerce diariamente até às 15h. “Aí chega a hora de sair vender os bombons”. Lincoln produz cerca de 60 bombons por dia e vende em salas comerciais, nas lojas, por onde achar clientes. “Tem dia que volta pra casa levando bombons, mas no outro compensa”. O esforço chega a render R$ 1,5 mil por mês como complemento da renda.
Após as vendas, Lincoln retorna à casa, tempo suficiente para pegar o material escolar, subir na moto – que há pouco tempo substitui a bicicleta – e ir à faculdade onde cursa o terceiro período de Direito, com bolsa do Fundo de Financiamento Estudantil (FIES).