Da Redação, com Assessoria
Curitiba – A pouco menos de uma semana do prazo para realização das convenções partidárias, definido pela Lei Eleitoral como sendo o dia 5 de agosto, a Direção Executiva do Partido dos Trabalhadores no Paraná (PT-PR), reunida nesse domingo (31) em Curitiba, decidiu por reafirmar as resoluções dos diretórios nacional e estadual do PT no sentido de barrar no Paraná as coligações com legendas adversárias da defesa da classe trabalhadora – PSDB, DEM e PPS -, e também com o Solidariedade (SD) de Fernando Francischini, o principal responsável, ao lado do governador Beto Richa, pelo massacre dos professores em 29 de abril de 2015.
A proibição estende-se ainda aos considerados golpistas, que são aquelas autoridades políticas ou figuras públicas que votaram favoravelmente na Câmara dos Deputados pela abertura do processo de impeachment da presidente afastada Dilma Rousseff ou que se manifestaram publicamente nos seus municípios e regiões de influência em favor do golpe de estado no Brasil. A desobediência à decisão da Executiva estadual poderá acarretar, inclusive, na “intervenção eleitoral” do PT-PR no sentido de inviabilizar a aliança proposta pela organização de base e, por consequência, a candidatura petista em questão.
EXCEÇÕES
Conforme a realidade local, especialmente nos pequenos municípios do interior, e a necessidade de fortalecimento da legenda diante do jogo de forças estabelecido, a Executiva do PT-PR decidiu abrir duas linhas de exceções bem pontuais e que consideram para o julgamento caso a caso as seguintes ponderações: se a disputa local é polarizada ou se ela se dá em chapa única.
A Executiva estadual do PT no Paraná pode dar chance de aprovação da proposta local de coligação para os casos de candidatura única no município ou para onde a disputa seja polarizada e sob risco de reunir, dos dois lados, pelo menos um desses quatro partidos proibidos. Sendo assim, um dos elementos de avaliação será verificar como a base do partido tem se comportado nas últimas eleições municipais e se mantém forte ligação com grupo político em um dos pólos dessa disputa.
“Nós só concordaremos em ter candidatos do PT apoiando na chapa algum desses quatro partidos quando no município for candidatura única. Ou poderemos manter um companheiro nosso ou companheira como candidatos, apoiando um desses quatro partidos, somente se esse grupo político que existe já venha atuando em aliança desde outras eleições, ou seja, se tem um histórico de trabalho conjunto”, explica o presidente do PT-PR, deputado federal Enio Verri.
Esse último caso citado por Verri encaixa-se bem nos exemplos de candidaturas municipais à reeleição (dobradinhas de prefeitos e vices) e onde o PT não possui gente suficiente para compor uma chapa completa. “Não se pode esquecer que, nessa conjuntura de crise política, ficaram no PT os verdadeiros militantes: aqueles que apostam na construção do partido, que são contra o golpe e que anunciam isso com frequência”, disse. “Só que, às vezes, as pessoas que ficaram nos municípios, não conseguem formar uma chapa sozinhos e nós não podemos perder a oportunidade de eleger vereadores comprometidos com o nosso projeto porque eles não formam uma chapa no município. Daí, a nossa concordância e abertura dessas duas únicas exceções que faremos para essas eleições”, concluiu.
COMISSÃO DE ANÁLISE
O vice-presidente do PT-PR, Márcio Pessatti, o secretário-geral do Partido no estado, Francisco Carlos Moreno, e a secretária de Organização do PT-PR, Zuleide Maccari, integram a comissão designada para analisar todos os pedidos de validação de coligações municipais que chegarem para a Executiva verificar se eles obedecem ou não aos critérios estabelecidos pelas instâncias superiores do PT. A partir dessa análise é que será concedida – ou não – a permissão para que sejam homologadas essas alianças e exceções.
“Se em algum município o PT não cumprir a decisão prioritária ou essas duas exceções que abrimos, ele poderá sofrer uma intervenção eleitoral”, afirmou Enio Verri. Por meio da intervenção eleitoral, a Executiva do PT-PR poderá tirar o partido da coligação e inviabilizar a candidatura petista no município. “Se alguém está pensando em desobedecer a determinação da Executiva estadual, que fique preparado porque poderá não ser candidato nas eleições deste ano”, completou.
ARAUCÁRIA
O PT de Araucária vai lançar candidatura própria à Prefeitura Municipal. O pré-candidato será Rivadal Padilha.