22/08/2023
Geral Guarapuava

Há 39 anos, João Capote ajuda a escrever a história do futebol de Guarapuava

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Cristina Esteche

Guarapuava – Hoje, terça feira (02) quando o Clube Atlético Deportivo (CAD) entrar em quadra, uma pessoa estará atenta a qualquer reação incomum dos jogadores. Como acontece há 39 anos, João Francisco Laines, ou o João Capote, 53 anos, será um dos representantes do Departamento Médico no banco da equipe guarapuavana. Afinal, prática, experiência e competência é o que não lhe faltam e, em algumas vezes, se sobrepõem aos conhecimentos teóricos da medicina.

“Um caso recente aconteceu com o Mateus no jogo contra São José. Ele caiu gritando de dor porque um dos dedos havia saído do lugar. Fiz uma massagem e com jeito coloquei o dedo no lugar certo e ele pode continuar no jogo”.

Outro episódio que está registrado mentalmente remonta uma lesão sofrida por Dirceu Pato, quando defendia as cores do Batel. “O Dirceu Pato sofreu uma torsão no joelho e um ortopedista do Pinheiros, onde ele tinha jogado, queria fazer cirurgia. Eu fiz algumas massagens e o joelho ficou curado”.  De todas as suas lembranças, porém, tem uma que João prefere não falar. “Fui o primeiro a atender o Robson e não gosto nem de falar sobre essa fatalidade [Robson morreu após ser atingido por um pedaço do piso da quadra do Ginásio Joaquim Prestes]”.

As histórias são muitas. Afinal, João Capote começou a trabalhar no futebol aos 14 anos de idade no Guarapuava Esporte Clube. “Eu comecei como roupeiro e depois passei a ajudar o Ladio [Ladislau Gadonski] que era o massagista”.  Procurando se especializar na área, começou a fazer estágios com fisioterapeutas e fez vários cursos.

Em 1991 deixou o Brasil e foi trabalhar com o então treinador do Batel, Agenor Picinin na Arábia Saudita. “Ele [treinador] ficou só três meses e eu morei lá durante dois anos, prestando serviço no campeonato oficial daquele país. A Guerra do Golfo me fez retornar ao Brasil”.

A trajetória de João Capote no futebol guarapuavano passa também por times como o Guairacá, “nos anos 80”, no Entre Rios, “que não existe mais”, e em 1987 atuou no Batel, time que ficou até 1999, quando entrou para o CAD.

Nesse clube, João Capote passou a atuar apenas como massagista, passando a compor o Departamento Médico. No banco, ele diz que tem que estar atento. “É preciso ter discernimento para saber a gravidade ou não de um caso, pois não é sempre que podemos contar com um médico no banco”.

Cristina Esteche

Jornalista

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