22/08/2023


Brasil Geral

Kidults: combinação de real e virtual faz do Pokemon Go sucesso entre adultos

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Da Redação com Assessoria

Brasil – A nova febre entre crianças e adultos do mundo todo é o jogo virtual Pokémon Go, no qual é preciso sair de casa com os celulares em mãos para “caçar” os bichinhos virtuais. Apesar do sucesso, o jogo não estimula habilidades como raciocínio lógico, planejamento de resolução de problemas reais e nem mesmo criatividade, 

Adorados por muitos, repudiados por outros, é inegável que o jogo tem tirado famílias de dentro de casa e feito a criançada trocar o sofá pelo parque. O grande segredo do sucesso do jogo é justamente o fato de combinar personagens infantis com a realidade, mas engana-se quem acha que ele foi feito para os adultos. Segundo o dr. Diego Tavares, psiquiatra e pesquisador do programa de transtornos afetivos (GRUDA) do Hospital das Clínicas da USP, o Pokémon Go não requer nenhum tipo de habilidade adulta. “Não estimula habilidades que adultos deveriam ter como raciocínio lógico, planejamento de resolução de problemas reais e nem mesmo criatividade para jogá-lo. Um jogo que envolve o treino de problemas reais envolvendo interações entre pessoas e questões bem mais complicada como  lidar com frustração, controlar a impulsividade, saber a hora de desistir de um projeto, entre outras questões seria muito bem vindo e ajudaria adultos a desenvolverem habilidades que lhes seriam úteis”, explica o médico.

Para o dr. Diego Tavares, a febre do jogo ocorre porque ela resgata a fantasia da criança que existe dentro de cada adulto, em especial nos “kidults”, ou seja, nos adultos que desejam trazer de volta elementos da infância em busca de felicidade. Daí a procura pelo conforto dos referenciais nostálgicos e da diversão de quando se era apenas uma criança e a vontade louca de caçar um Pikachu. “É preciso lembrar que a geração adulta de hoje foi a que assistiu ao desenho Pokemon e, com as tecnologias que trazem para o mundo quase real – já que não deixa de ser virtual – o que só ocorria na fantasia da animação, o jogo se torna um grande sucesso na faixa etária acima de 21 anos”. 

Mas o jogo não é de todo ruim. Muitos hospitais tem utilizado o aplicativo para tirar crianças doentes dos leitos e fazê-los caminharem pelos corredores buscando pokémons, "tudo isso é muito útil quando utilizado de forma segura e controlada e visando o uso terapêutico destes aplicativos", comenta o médico. 

Cristina Esteche

Jornalista

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