22/08/2023
Política

Burko põe a boca no trombone e anuncia denúncias

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Guarapuava – O presidente do Instituto Ambiental do Paraná (IAP), o ex-prefeito de Guarapuava, Vitor Hugo Burko (foto), disse que vai começar a expor os motivos que levaram à sua condenação e à consequente perda de direitos políticos por cinco anos. Ele foi condenado por ter contratado 30 funcionários sem concurso público pela Fundação do Bem-Estar do Menor (Fubem) quando foi prefeito de Guarapuava por duas gestões consecutivas.
Uma das consequências imediatas do que considerou “represália política” é a exigência de que Burko tem que deixar a presidência do IAP, o que provocou reação.
“O governador Roberto Requião foi notificado por fax. Uma coisa absurda, uma palhaçada sem validade”, afirmou à repórter Denise Melo, em entrevista na rádio Banda B, nesta segunda-feira.
Burko anunciou que vai começar a expor as motivações que levaram o Ministério Público a agir contra ele. “Começou em Guarapuava quando eu era prefeito. Tinham se acomodado um pouco e agora quando enfrentei essa estrutura de poder que vem dominando o Paraná há algum tempo, desde o governo Lerner e que agora está na Prefeitura, começou de novo”, observa, referindo ao que chamou de “grandes interesses” do lixo no Paraná.
O presidente do IAP (ele assegura que ficará no cargo até o final do mandato de Requião) anunciou que está pedindo investigações da Polícia Federal com relação ao superintendente do Instituto Brasileiro do Meio-Ambiente (Ibama), Álvaro Carneiro.
“Ele esteve no meu gabinete para me convencer a prorrogar a Caximba. Chegou a dizer que juntaria forças poderosas se eu não renovasse a Caximba”, denunciou. Burko se refere ao aterro sanitário que recebe os resíduos de Curitiba e municípios que compõem a região metropolitana da capital paranaense.
“Tentei resolver o problema do lixo e recebi ameaças e tenativa de suborno, mas não cedi. Vou reunir provas e dar notícias ao Paraná”, diz sugerindo que se veja quem são os grandes empresários que vencem licitações há anos no Estado e atualmente na Prefeitura. “É só ver quem ganha a slicitações hoje na Prefeitura e vamos começar a entender”,
Burko foi além. “O procurador federal de Paranaguá deixou meu telefone grampeado por seis meses. Nem traficante tem o telefone grampeado por tanto tempo”.
Sem “papas na língua” Burko disse também que nos próximos dias vai falar publicamente sobre “muitas coisas que se fala à boca pequena no Estado. Chegou a hora de passar a limpo o Paraná e se é para fazer cumprir a lei, então vamos discutir os cartórios, a atuação do Ministério Público. Vamos dar uma batida na cumeeira do Paraná para ver como é que fica”, propôs.
Em relação à contratação de funcionários na Fubem, sem concurso público, Burko voltou a dizer que se trata de uma prática que acontece até hoje e cita decisões do Superior Tribunal da Justiça (STJ) que dizem que contratação sem licitação só é crime quando gera prejuízos . “No meu caso não houve nenhum prejuízo. Todos trabalhavam. Vou derrubar isso na justiça”, afirmou.

Cristina Esteche

Jornalista

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