Vereadores eleitos e reeleitos que passam pela redação da RedeSul de Notícias, diariamente, assim como outras lideranças políticas locais e estaduais respondem que ainda é cedo, quando o questionamento é sobre a eleição para a nova mesa executiva da Câmara de Vereadores de Guarapuava. Mas lá na frente, quando a conversa já está em off, acabam confessando que estão sendo assediados por candidatáveis. E é claro que vêm na presidência a maior ferramenta de poder e, por isso, postulam o cargo a qualquer custo. Um deles, literalmente. E aí como acontece no Câmara dos Deputados, no Congresso Nacional, vem a barganha de cargos na mesa, o número de assessores, entre outras benesses, já que qualquer determinação ou orientação judiciais estão aí para serem “dribladas” ou descumpridas, mesmo.
Afinal, o velho “jeitinho brasileiro” continua mais atual do que nunca. Dá para trocar seis por meia dúzia; dá pra se valer do “canto da sereia”; dá pra tirar daqui e colocar ali; dá pra desvestir um santo para vestir outro, e por aí vai. Por culpa de quem? É difícil responder, mas vamos tentar: pela morosidade da justiça, pela ânsia incontida do poder, pelo subsídio – que é o dobro, no caso da presidência. Lembro aqui de ex-vereador, que recém eleito presidente, quando encontrou comigo numa solenidade no 26º GAC, veio contar, eufórico, que tinha sido recebido pelo comandante. “Esses são privilégios que o poder nos concede”, disse “estufando o peito”. Naquele momento só pude rir. Não consegui ter outra reação.
Lembro também de uma notícia que vi de outro que só gostava de dinheiro vivo. Até foi numa revendedora de veículos, comprou um carro importado e jogou um pacotão de dinheiro na mesa do gerente. Acho que ele se achava o “rei do gado”, personagem daquela novela que tinha como ator principal, o talentoso Antônio Fagundes. E na verdade, era mesmo. Mas o reinado acabou e foi pra valer. Mas a cada eleição vem um, e mais, e outro, e mais outro. É um tal de puxa aqui, estica ali, num jogo que começa cedo, mesmo antes da campanha eleitoral, se estende por toda ela, e busca se consolidar no dia da eleição, até o último segundo quando sempre há alguém que trai. Quem não lembra de um ano em que numa localidade bem próxima daqui, um bloco chegou em uma van, todos de terno da mesma cor, vindos de um dos alagados do Iguaçu? E quem se recorda que essa mesma estratégia se repetiu na eleição seguinte? E alguém já esqueceu da eleição em Guarapuava que tinha a vereadora Maria José Mandu Ribas, como presidente eleita, mas o resultado escorregou no “tapetão”, novamente por uma, digamos, mudança “orquestrada” de votos? E a história se repete, se repete, mas um dia chega ao fim.
Mas a julgar pela mudança da composição da Câmara de Guarapuava, com 14 novos eleitos, a tendência, ou melhor, a esperança do povo, é de que haja mudança. O resultado nas urnas mostraram que o eleitor não está mais para brincadeira. Tudo bem que houve reeleição, mas foi pequena, levando em consideração a estrutura que muitos armaram. Não sou que estou dizendo isso, só estou escrevendo o que eleitores e candidatos comentam e com indignação. Tiveram que suar e muito.
Mas vamos retomar o assunto inicial: três veteranos já assediam os novatos. Mas tudo indica que esses estão pisando em “terreno minado” que pode explodir uma tremenda transformação. E quem continuar deixando se levar, ou entrar nessa estratégia ultrapassada, poderá, sim , ser punido lá frente, pelo eleitor.