Jerusalém – Pela primeira vez em quase cinco séculos, foi retirada na última quarta feira (26) a laje de mármore que cobre o local onde o corpo de Jesus teria sido depositado após a sua morte, na Basílica do Santo Sepulcro, em Jerusalém.
Trata-se de uma etapa do processo de restauração da estrutura, que está sendo conduzido por uma equipe da Universidade Técnica Nacional de Atenas dirigida pela professora Antonia Moropoulou. Problemas de umidade ameaçam o local. É o primeiro trabalho de restauro desde 1810, quando houve um incêndio no local.
O sepulcro fica hoje dentro de uma estrutura chamada Edícula, que foi reconstruída pela última vez na restauração de 1810. Depois de retirarem a primeira camada – o que não era feito desde 1555 – os arqueólogos encontraram uma pilha de entulho e uma nova pedra de mármore, que será removida para que possam visualizar o que esperam: o lugar onde o corpo de Jesus teria ficado por alguns dias após a sua crucificação.
“O revestimento de mármore da tumba foi retirado e nos surpreendeu a quantidade de material embaixo dela”, afirmou Fredrik Hiebert, arqueólogo da National Geographic Society, sócia no projeto de restauração. “Será uma análise científica longa, mas seremos finalmente capazes de ver a superfície da rocha original na que, segundo a tradição, se colocou o corpo de Cristo”, disse Hiebert em uma nota publicada no site da organização.
Atualmente, seis denominações cristãs – católicos romanos, ortodoxos gregos, ortodoxos armênios, ortodoxos sírios, etíopes e coptas – dividem a custódia do templo. Os seis grupos concordaram com a restauração da estrutura em março deste ano. Espera-se que o trabalho seja concluído na metade do próximo semestre.