Jonas Laskouski com Assessoria
Guarapuava – Uma casa pode guardar muitas memórias. Em cada cômodo, texturas e cheiros, lembranças de uma vida toda ali, guardadas, ou prontas para serem revividas. E se de repente uma casa guardasse memórias de uma cidade toda, dos tempos em que as terras de Guarapuava não passavam de vastos campos, divididos em não mais do que seis propriedades rurais, seis grandes fazendas, de acordo com historiadores. E justamente para resgatar e preservar essa identidade – a das fazendas – e que é um dos marcos do início da povoação da terra de Guairacá, um termo de convênio foi assinado nessa terça (22), entre a Faculdade Campo Real e a Prefeitura, através da Secretaria de Educação e Cultura, para a criação da Casa da Memória de Guarapuava.
Idealizada já há alguns anos, o projeto é a 'realização de um sonho', como disse a professora Sônia Hey, coordenadora pedagógica da Campo Real. O pré-lançamento desse novo e necessário espaço cultural aconteceu no último dia 08 de novembro, no Centro de Artes Iracema Trinco Ribeiro, com a presença de um seleto grupo, entre eles os lendários Nivaldo Kruger e dona Gracita Gruber Marcondes, dois apaixonados pela história da cidade e batalhadores pela preservação da memória guarapuavana. O coral infantil do município realizou a abertura em ambos os eventos, seguido da apresentação do Projeto e esclarecimentos acerca de sua execução.
As lendas guarapuavanas Nivaldo Kruger e Gracita Gruber Marcondes, no pré-lançamento da Casa da Memória de Guarapuava
(Foto: Faculdade Campo Real)
O resgate desse tempo se faz automaticamente, já que o local definido, a casa, a arquitetura, são resquícios daquela época. "O próprio imóvel já remete a essa intenção". lembra Sônia. Localizada na PR 170, a oito quilômetros do Trevo do Santuário, sentido Pinhão, a casa é uma das poucas ainda preservadas e abriga hoje, a Fazenda Experimental da Faculdade Campo Real. Construída toda em pinheiro (o que hoje não é mais pemitido), ela vai abrigar objetos históricos das fazendas da região, que já estão sendo catalogados pela instituição, inclusive as intenções de doação. "Já temos várias peças, inclusive emprestadas e que estão sob a guarda da faculdade, devido ao valor histórico, além do acervo do seu Nivaldo Kruger, dentre outras pessoas."
A secretária de Educação e Cultura, Doraci Senger Luy, destacou a importância da criação deste espaço histórico para o processo de aprendizagem das crianças da rede municipal de ensino.
A Casa da Memória de Guarapuava está prevista para abrir suas portas em 2017, depois de passar por uma revitalização, que vai manter toda a arquitetura original do espaço "Estamos buscando resgatar o máximo possível de informações para preservar todos os traços dessa que vai carregar a memória de uma epoca inteira, de uma cidade que merece ter sua história resguardada por gerações e gerações", finaliza Sônia.