22/08/2023
Cotidiano Guarapuava

Moto clube de harleyros expande e busca a excelência em organização

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Da Redação

Guarapuava –  “Aumento do crescimento em 460% em 11 meses, redefinição estratégica e criação de gestão de pessoas,  habilidades e atribuições, estruturação de políticas internas, externas, bem como melhor definição de sua missão, visão e valores, com trabalhos baseados e auxiliados por ferramentas de gestão estratégicas e de qualidade”.

Em um primeiro momento, acreditamos tratar-se de descrição de uma empresa rumo à certificação de qualidades ou de selos comerciais. Errado! Isso se trata de pauta de reunião da diretoria de um moto clube de Guarapuava. Formado no verão de 2011, por Victor Sebastian e seu irmão Vinicius, o Dead Cowboys Motorcycle Custom Club passou por diversas formações e modificações ao longo dos anos, sempre mantendo suas raízes em motos exclusivamente custom.

A partir do fim do ano de 2015, porém, o Dead optou por transformar-se em um moto clube especificamente Harley Davidson, iniciando um novo ciclo com novos integrantes e novas metas. Conforme o presidente do DC MCC, essa mudança drástica, mas programada, foi uma alavanca para que se tornassem um conjunto mais forte e coeso, sem deixar de lado a sua essência, as suas raízes.

“ Hoje temos no grupo mais de 30 harleyros. Somos essencialmente PHDs (proprietários de Harleys Davidsons), mas isso não nos faz melhor ou pior do que quem anda a pé ou de bicicleta! Mas nos faz o primeiro e único Moto Club de Guarapuava e região a ser 100% HD”, diz Victor Sebastian. Segundo ele, essa característica os ajuda a manter a sintonia de coletividade em paixões e padrões em comum, o gosto pela estrada, pela amizade e pela lenda chamada Harley Davidson. “Somos um grupo altamente eclético, pois entre nós existem pintores, advogados, mecânicos, médicos, gerentes, empresários, universitários, professores, vendedores, entre outros profissionais, o que torna nosso convívio rico e completo. Nos faz exercitar diariamente a paciência e a tolerância com as diferenças entre nós. Isso é riqueza! Imagine um ambiente democrático, sadio e ainda sem quebra pau numa família de 30 irmãos e suas cunhadas. Sim, conosco isso é possível “, brinca Victor Sebastian. Em 2016, o clube cresceu mais de 460%, muito disso, acredita-se pela boa política e organização voltada à excelência.

Conforme o secretário, Valdecir Ferraz, o DC MCC, tem seu foco. “Sabemos de onde viemos e sabemos onde queremos chegar. Começamos um trabalho de expansão há pouco mais de um mês e já temos representantes nômades e Charters (filiais) em Irati, Prudentópolis e Curitiba. É apenas o início de um trabalho de disseminação da nossa ideologia e cultura, para além das fronteiras da cidade e se depender de nossa vontade, isso não terá fim. Pensamos como empresa, nos respeitamos como uma boa família, mas nunca perdemos a essência de um velho e rabugento motoqueiro. Não nos vendemos”.

Ainda dentro da instituição, o Dead possui a organização de suas esposas, as Ladies of Dead, as quais são ávidas participantes de viagens, movimentos, jantares e confraternizações, sem nunca esquecerem-se de apoio irrestrito a causas sociais diversas.

Além de muitos outros pontos, o presidente e seu vice, Cilton Pontarolo concordam plenamente que no mundo e a fase que vivemos, não há muitas chances de sobrevivência quando se busca a vivência apenas para si, focando apenas no “seu eu” e desprezando o espírito coletivo: “Somos uma família. Não uma família de irmãos consangüíneos, mas uma em que dia-a-dia nos escolhemos para estarmos juntos e compartilhando bons e maus momentos. Isso é um moto clube! A vivência de pessoas com paixões em comum, que se respeitam, se ajudam, que dizem a verdade umas às outras, mesmo que isso momentaneamente, não lhes traga alegria. Somos sinceros, verdadeiros, não apenas um grupo de pessoas uniformizadas que andam juntas de moto. A própria forma em que viajamos fala por nós, respeitando os limites de cada um e jamais expomos um irmão de colete ao perigo. Esperamos ou aceleramos, mas via de regra, chegamos sempre juntos”, afirma Cilton.

Com uma filosofia voltada ao coletivo, o DC MCC, como o próprio nome sugere, remete à morte como sentido de vida em liberdade, de igualdade, sem conceitos pré-estabelecidos. Lembra também a cultura dos velhos cowboys que agoniza diariamente por falta de preservação. “Queremos sentir o vento no rosto, a magia da estrada, a liberdade de viver à nossa maneira, sempre lembrando que a morte faz parte do nosso cotidiano e que nos torna todos iguais. Isso nos faz viver em harmonia e nos faz crescer como seres humanos”, explica Victor Sebastian.

Conforme relatos de membros do DC, o clube possui uma meta: Tornar-se referência no quesito Moto Clube, respeitando todos os demais, mas buscando diferenciar-se na forma organizacional do segmento e baseando-se sempre na máxima descrita por eles, oposta ao que gritou Dom Pedro Primeiro  há mais de 500 anos, às margens do Rio Ipiranga. Para eles, é “Interdependência ou Morte”! 

Cristina Esteche

Jornalista

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