Do Instituto Semeia (*)
Nesta semana, os novos prefeitos tomaram posse e deram início à gestão que vai guiar os próximos quatros anos das cidades brasileiras. Diante desse contexto, precisamos refletir que é dentro dessas cidades que estão os parques urbanos e municipais – peças-chave para melhorar a qualidade de vida dos cidadãos.
Afinal, quando tratamos de meio ambiente, tudo o que for feito agora vai gerar os frutos do nosso futuro. Queremos que esse futuro seja de conservação, conscientização e de maior conexão entre população e natureza.
Por isso, listamos os 5 maiores desafios que os prefeitos vão ter que enfrentar para conseguirem cuidar bem dos nossos parques.
1. ORÇAMENTO
Esse é o maior desafio do nosso país no momento e não é diferente para os municípios. Nos últimos anos, cresceu o número de parques no Brasil, mas em muitas cidades, o orçamento se manteve o mesmo. Nesse contexto, os prefeitos precisarão olhar para as necessidades financeiras desses espaços e priorizar soluções capazes de trazer dinheiro para manter sua infraestrutura e a conservação. Parcerias com o setor privado – de ONGs a empresas – podem ser uma saída.
2. PROMOVER UMA MUDANÇA CULTURAL
A sociedade civil deve ser uma grande aliada na missão para cuidar bem dos parques. Podemos contribuir com trabalho voluntário, com doações e, principalmente, frequentando e valorizando os parques. Assim, nos tornaremos aliados da natureza nas áreas urbanas ajudaremos a promover o bem-estar e saúde proporcionados pela vida ao ar livre. Cabe aos prefeitos fomentar esse cenário de mudança, incluindo os parques no movimento de ocupação do espaço público que já se desenrola nas grandes cidades.
3. PENSAR DE FORMA SISTÊMICA
Cada vez mais vemos que as políticas públicas não são caixinhas isoladas. Ao contrário são soluções sistêmicas, como por exemplo as dobradinhas entre a tecnologia e a mobilidade, iluminação e segurança pública, fomento à cultura e apropriação dos espaços públicos. Será que com os parques isso é diferente? Certamente não. E os prefeitos poderão acumular conquistas importantes se pensarem de forma ampla como esses espaços se integram a inúmeras outras iniciativas previstas em seus planos de governo.
4. CONSERVAÇÃO
Garantir a conservação dos biomas abrigados pelos parques municipais é um desafio e também é exemplo de um pensamento sistêmico. Além de proteger as espécies nativas, os prefeitos estarão tomando ações pelo benefício da qualidade de vida da população, como o combate à poluição e a prevenção de crises hídricas, já que os parques abrigam grande parte das nascentes de rios que abastecem as cidades.
5. DEMOCRATIZAR O BOM CUIDADO
Não é difícil apontar em cada cidade alguns parques que são exemplos de espaços bem cuidados e que vivem cheios de visitantes de todas as partes da cidade. Também não é difícil identificar parques que parecem abandonados e acabam se tornando espaços evitados pela população. Nesse sentido, os prefeitos têm o desafio de disseminar a boa gestão de parques – o que passa pela distribuição de recursos financeiros. Se tivermos parques bem cuidados e agradáveis em regiões centrais e bairros periféricos, uma parcela muito maior da população terá fácil acesso a esse serviço público.
(*) O Instituto paulista Semeia trabalha para que áreas protegidas sejam motivo de orgulho para os brasileiros