Jonas Laskouski com agências e portais
Numa clara demonstração contra o que pode vir a ser o novo governo americano, milhões de pessoas, em sua grande maioria, mulheres, participaram de protestos que tomaram conta das ruas nas principais cidades do mundo e até na Antártida. Washington, Nova Iorque, Seattle, Los Angeles, Berlim, Londres, Oslo, Sidney, Paris, Marselha, Bruxelas, Madri, Barcelona, Índia e até o Quênia, foram palco das manifestações que pediam uma única coisa: respeito.
Respeito às mulheres, aos muçulmanos, aos gays, à comunidade hispânica, aos deficientes, aos negros. O direito mais básico a que se tem direito, sem redundâncias.
A cantora Madonna surpreendeu os presentes ao se juntar ao protesto e subir no palco para se pronunciar sobre o novo governo. "Bem-vindo à revolução do amor", disse a cantora, encerrando horas de discursos por celebridades e ativistas. "À rebelião. À nossa recusa como mulheres em aceitar essa nova era da tirania."
"Não podemos passar de uma nação de imigrantes a uma nação de ignorantes", disse uma das primeiras oradoras, a atriz de origem hondurenha America Ferrera, em referência à promessa de Trump de deportar entre dois e três milhões de imigrantes e construir um muro na fronteira com o México.
Uma das oradoras que mais recebeu aplausos foi Sophie Cruz, uma menina americana-mexicana de seis anos cujos pais se encontram em situação irregular e que ficou famosa em 2015, quando foi abraçada pelo papa Francisco. "Estamos aqui juntos para formar uma rede de amor que proteja as nossas famílias", disse no palco, enquanto sua mãe, ao seu lado e vestida com uma roupa indígena, enxugava as lágrimas.
"Também quero dizer às crianças que por favor não tenham medo porque não estamos sós (…) Vamos lutar pelo justo!", pediu a menina.
"Presidente Trump, não votei em você, mas apoie minha filha, que, como resultado das suas nomeações, pode crescer em um país que está retrocedendo, não avançando, e que talvez não terá o direito de tomar decisões para o seu corpo e o seu futuro como a sua filha Ivanka teve o privilégio de poder", pediu Scarlett Johansson.
Em resposta ao discurso de posse de Trump, que disse que acabaria com a "carniceria americana" em seu governo, o cineasta Michael Moore afirmou: "Estamos aqui determinados a frear a carniceria de Trump". O diretor também disse que estava na hora de reformar o Partido Democrata, que precisa de novas lideranças, segundo ele.
A democrata Hillary Clinton, que perdeu para Trump na eleição presidencial, agradeceu aos manifestantes em sua conta do Twitter. "Obrigada por estar aí, por falar e marchar por nossos valores @womensmarch. Mais importante do que nunca. Realmente acho que sempre somos mais fortes juntos", tuitou a democrata.
Esperamos que Trump tenha entendido o recado.