Da Redação, com G1
Guarapuava – O presidente da Câmara de Vereadores, João do Napoleão (PROS), confirmou à Justiça nessa terça feira (24) que a cessão de servidores entre gabinetes e a presidência do Legislativo "é uma prática comum".
Napoleão e o ex-vereador Neto Rauen foram testemunhas de defesa do ex-vereador e ex-presidente da Câmara, Edony Kluber, e do vereador Marcio Carneiro. Os dois são réus em uma ação decorrente da Operação Fantasma II, que investiga o abuso de poder de vereadores. Os acusados respondem pelo crime de peculato, que é o desvio de dinheiro público.
Nessa terça foram realizadas duas audiências no Fórum de Guarapuava, ambas decorrentes das investigações do Gaeco e que envolvem Edony Kluber, Marcio Carneiro e Celso Costa.
A primeira audiência tratou do processo no qual são réus o ex-presidente da Câmara Edony Kluber (PPS) e o vereador Márcio Carneiro (PPS). Os dois são acusados de desvio de dinheiro público por irregularidades na contratação de dois assessores, em 2013 e 2014.
Os funcionários contratados, que são pai e filho, e também são réus na ação, foram nomeados para trabalhar na presidência da Câmara, mas acabaram trabalhando no gabinete de Carneiro.
Ontem, foram ouvidas quatro testemunhas de acusação e as testemunhas de defesa nesse processo. Todos são funcionários e ex-funcionários da Câmara, que prestaram depoimento na presença dos réus.
Napoleão, em seu depoimento de defesa a Edony e Marcio, reconheceu que os dois assessores sempre trabalharam no gabinete do vereador Márcio Carneiro e não para a presidência, mas disse que não sabia que os servidores tinham sido cedidos. O atual presidente da Câmara disse ainda que a cessão de servidores é uma prática existente na Câmara.
Kluber e Carneiro também foram ouvidos nesta terça. Os dois disseram que o ex-presidente aceitou o pedido de Carneiro para ter um assessor a mais, na intenção de atender melhor os eleitores, e que não sabiam da diferença de salários entre os cargos de assessoria para a presidência e para os gabinetes de outros vereadores.
Já a segunda audiência, que começou por volta das 18h, tratou de um processo em que são réus, também por desvio de dinheiro público, o ex-presidente da Câmara Edony Kluber e um ex-servidor. De acordo com o Ministério Público do Paraná (MP-PR) o servidor teria sido contratado para o cargo de diretor de gestão legislativa, mas acabou trabalhando como assessor da presidência, o que gerou diferença salarial.
Após a conclusão de depoimentos e interrogatórios dos réus, a juíza Paola Gonçalves Mancini, da 2ª Vara Criminal de Guarapuava, deve estabelecer prazos para que acusação e defesa apresentem as alegações finais. Só depois disso a juíza deve determinar as sentenças.