22/08/2023
Guarapuava

Comemorar a morte: o limite da maldade

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Sempre digo que nada mais pode me surpreender nesta vida. Mas, mais uma vez, eu me enganei.

Não é surpresa, mas é uma mistura de sentimentos que envolve até o mais baixo deles, que é o dó. Ninguém merece receber o sentimento de pena ou de dó, mas quando recebe, é porque a coisa tá feia.

Como é que alguém, que nasce e cresce em uma família, que cria laços de amizade, que passa a entender desde cedo que o respeito ao outro é a barreira que sustenta a "tal sociedade", pode comemorar ou torcer pela morte de alguém?

Ter posição política ou ideologia religiosa faz parte do nosso ser. Mas virar fanático dessa posição a ponto de humilhar através de palavras uma pessoa que está à beira da morte ou que tenha morrido rompe o lógico, o aceitável.

É muito fácil sentar atrás de uma tela e descarregar o seu ódio em um teclado, de forma até irracional, sem ter que olhar a pessoa a quem você endereça a sua raiva, o seu rancor e a sua frustração nos olhos.

Ainda tenho esperança. Sou otimista. Sonho com o dia em que as discussões políticas ficarão apenas na esfera ideológica e sejam expulsas da nossa parte física.

MAIS AMOR, MENOS ÓDIO!
 

Cristina Esteche

Jornalista

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