Do site da Veja
Minas Gerais – O Boa Esporte pode perder seu principal patrocinador, o Grupo Góis & Silva, caso a contratação do goleiro Bruno Fernandes seja oficializada. Neste domingo (12), a empresa anunciou em suas redes sociais que agendou uma reunião para esta segunda (13) para tentar convencer a diretoria do clube mineiro a desistir da negociação. Caso contrário, o contrato de patrocínio deve ser rescindido de forma unilateral.
Desde a última sexta (10), o Boa Esporte já trata Bruno como reforço da equipe, que jogará a Série B do Brasileirão em 2017. O contrato deve ser assinado nesta terça, em Varginha (MG). Diante da repercussão negativa, o clube já perdeu um de seus patrocinadores, a empresa de suplementos nutricionais Nutrends. O Grupo Góis & Silva deve ser o próximo.
Em comunicado divulgado nas redes sociais da empresa e seu proprietário, Rafael Góis, o grupo manifesta “repudio a todo e qualquer tipo de violência contra a mulher e qualquer outro tipo de violência, independente de classe social, gênero, faixa etária, cor da pele, orientação sexual, religião etc.”
O grupo admite que pedirá à diretoria que desista da negociação. “Nossa reunião tem por objetivo requerer à diretoria do clube rever sua decisão de contratação do Goleiro Bruno. Caso nosso requerimento decline, infelizmente estudaremos cancelar o patrocínio ao Boa Esporte Clube”. O contrato do Grupo Góis & Silva com o Boa Esporte tem mais três anos de validade.
A contratação do goleiro Bruno, liberado pelo Superior Tribunal Federal (STF) enquanto aguarda o julgamento de um recurso, foi alvo de uma enxurrada de críticas nas redes sociais do Boa Esporte. O site do clube chegou a ser hackeado e exibiu mensagens sobre feminicídio e cobranças contra as empresas que patrocinam o clube de Varginha (MG).
Além da Nutrends, a Cardiocenter Varginha, empresa que presta serviços de avaliações médicas dos atletas do Boa Esporte, anunciou o fim do vínculo com o clube mineiro.
Bruno estava preso desde 2010, acusado pelo assassinato de sua ex-amante, Eliza Samudio. Em 2013, ele foi condenado a 22 anos e 3 meses pelo sequestro, assassinato e ocultação de cadáver, mas, como não teve seu recurso julgado desde então, conseguiu sua liberdade provisória no dia 24 de fevereiro, por decisão do ministro do Marco Aurélio Mello, do STF.