22/08/2023




Guarapuava

Por mares nunca antes navegados

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(i)

Quando as almas se encontram carcomidas pelo rancor e pela cobiça, qualquer forma de competição, mesmo que com o intuito de irmanar os participantes, acaba, sem querer querendo, semeando a cizânia.

Agora, se essa disputa é orquestrada, desde o princípio, com a finalidade de fomentar a discórdia, pra dividir mais e mais as pessoas que já se encontram apartadas, há possibilidade de que o tiro acabe saindo pela culatra. A possibilidade é pequena, mas existe.

(ii)

Toda pessoa que diz ser portadora do tal pensamento crítico, em regra cultiva uma visão monolítica sobre a realidade. Normalmente é uma perspectiva que tem uma alta dose de veneno ideológico e de sentimentalismo tóxico e, por essa razão, sua forma de encarar a vida é puerilmente limitada, incapaz de levar em consideração a complexidade de qualquer coisa, mesmo que o carniça esteja sempre com a tal “complexidade” na boca.

(iii)

Para a galerinha esquerdopática, apenas são dignos de respeito aqueles que são militantes de sua causa doentia ou simpáticos a ela. Não? Então vejamos: o que essa camarilha ideologicamente perturbada diz sobre os sofrimentos impingidos pelo governo venezuelano ao seu povo? O que mesmo? Pois é.

O que as alminhas ditas progressistas dizem a respeito dos inocentes que são mortos por terem cometido o hediondo “crime de consciência” de oporem-se as barbáries do biltre herdeiro do totalitarismo chavista? O que mesmo? Pois é.

Enfim, por essas e muitas outras razões que essa turma, vermelhinha até o último fio de cabelo – vermelhinhos declarados, enrustidos ou dissimulados – tem uma noção extremamente seletiva e canalha do que seja o sofrimento e, obviamente, do que seja a tal da dignidade humana. Basta ouvi-los para constatar essa obviedade ululante.

Simplificando: para essa gente, tudo necessariamente passa pelo crivo de suas crendices ideológicas. Tudo. Inclusive o direito de existir.

(iv)

Essa galerinha que fala, fala, fala – e como fala – a respeito dos tais direitos humanos e dos manos. Essa turminha fica “P” da vida quando alguém emite uma e outra opinião politicamente incorreta e, mais "P" ainda quando alguém usa uma e outra palavra que o “ministério da verdade” orwelliano proíbe. Porém, quando salta a vista de todos os absurdos cometidos pelo governo venezuelano contra o povo da Venezuela, eles ficam silentes.

Cristina Esteche

Jornalista

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