22/08/2023
Segurança

Polícia Civil deve entrar em greve no próximo dia 20

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Depois de quatro anos esperando pelo Plano de Cargos, Carreira e Salários do governo, a categoria chegou ao seu limite

Os policiais civis de todo o Paraná devem entrar em greve no próximo dia 20. Após assembléias realizadas em todo Estado, a categoria opta pela paralisação a fim de pressionar o Governo do Estado a melhor as condições de trabalho dos policiais. Além da assembleia de Curitiba, Londrina e Cascavel também votaram pela greve. Falta apenas Maringá, que também sinaliza aprovar a paralisação.

Segundo presidente do Sindicato das Classes Policiais Civis do Paraná (Sinclapol), André Gutierrez, “a única maneira de impedir que a greve aconteça é que o governo faça uma proposta plausível, concreta e com datas”, afirmou. De acordo com o presidente, depois de quatro anos esperando pelo Plano de Cargos, Carreira e Salários do governo, a categoria chegou ao seu limite. Hoje um policial civil ganha em média R$ 1,8 mil. Se um quadro de carreira fosse implantado, poderia dobrar pelo menos.

Ontem, policiais civis em assembleia em Curitiba votaram pela greve geral. Assembleias em Cascavel, Londrina e Maringá também seguiram o mesmo caminho. Segundo Gutierrez, agora uma comissão será montada para definir a data de início da paralisação e como será feita a mobilização da categoria. “Vamos esperar passar o carnaval que é para não prejudicar a festa do paranaense. Existe grande probabilidade de que a greve aconteça a partir das 0h do dia 29”, disse.

Desde meados do ano passado, os policiais civis no Estado já alertam o governo sobre a insatisfação com a carreira. Os policiais chegaram a realizar manifestações, como operações padrões e 24 horas de parada.

Além da questão salarial, os policiais tem outras reivindicações. Uma das principais seria o problema de desvio de função. Muitos investigadores — sobretudo no interior — ficam mais tempo cuidando das delegacias e dos presos do que em trabalho de campo, por causa do quadro desafasado no Estado. O Paraná necessitaria de no mínimo, o dobro de policiais. E cuidar de carceragem superlotada acaba sendo desvio de função do investigador.

Bem Paraná

Cristina Esteche

Jornalista

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