22/08/2023
Guarapuava

Dois bigodinhos toscos e muitíssimos cadáveres

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O Nacional-socialismo (nazismo) foi uma mácula terrível e indesculpável na história do século XX. Na história de toda a humanidade. Entretanto, algo como o socialismo (marxista, leninista, stalinista, maoísta, chavista e demais “istas”), que foi e que é mais sanguinário que o primeiro, é tratado como se fosse uma inofensiva utopia de feição humanista por muitíssimos caboclos que perambulam feito um walking dead pelos descaminhos dessa terra de desterrados.

Bem, como o entendimento médio que se têm do socialismo nesses pagos é fruto de uma idolatria rasteira desta ideologia hipócrita e genocida, vejamos alguns dados comparativos entre o socialismo soviético e o nacional-socialismo alemão que nos são apresentados por Viktor Suvorov para vermos o tamanho do cinismo que paira em torno da ideologia vermelha.

Segundo Suvorov, Hitler (o senhor do bigodinho ridículo) criou a juventude hitlerista e, Stalin (o senhor do bigodão cafona), tinha a sua juventude stalinista. Tanto um quanto outro diziam viver em aposentos modestíssimos que eram exibidos para todos aqueles que desejassem ver, porém, ambos tinham inúmeras fortalezas suntuosas edificadas em regiões afastadas dos olhares curiosos.

Hitler tinha a GESTAPO. Stalin tinha a NKVD (que virou KGB e que hoje é FSB e SVR). Na Alemanha nós tínhamos os Campos de concentração. Na URSS havia os GULAG's. Detalhe: os Campos de concentração nazistas deixaram de existir com o final da Segunda Guerra Mundial; quanto aos GULAG's, estes já existiam muito antes dos Campos de extermínio Nazistas. Outro detalhe: os nazistas, na formação dos seus campos de extermínio, tomaram como modelo, como inspiração, os campos de concentração soviéticos.

Stalin amava a Nadêjda Allilúieva e Hitler arrastava as duas asas por Geli Raubal. Ambas eram vinte anos mais jovens que seus admiradores e, as duas, se suicidaram com a arma de uso pessoal de seus “amados”.

Sem mais delongas, Adolf Hitler considerava o seu caminho para o socialismo (o caminho do Partido Nacional-socialista dos trabalhadores da Alemanha) o único crível e acertado. Segundo ele, Marx, um judeu, havia roubado a concepção socialista alemã e a deturpado. Stalin, por sua deixa, pensava o mesmo com relação ao socialismo soviético e qualquer comuna que discordasse dele era considerado um deturpador da ortodoxia.

E, é claro que, tanto Adolf quanto Joseph – sem o menor escrúpulo – mandaram matar os camaradas do partido que ousavam desviar o seu passo da linha mestra ditada por eles. Observação: os membros de ambos os partidos – Nazista e Comunista – saudavam-se como “camaradas”.

Nazistas e Comunistas lutavam contra a democracia e defendiam uma sociedade sem classes. Para esse fim, na URSS de Stalin, tivemos os planos trienais e, na Alemanha de Hitler, os planos quadrienais.

Na Alemanha de Hitler havia a perseguição aos homossexuais. Na URSS do velho Stalin, também. Era o chamado termidoro sexual. Os partidários do Socialismo Soviético consideravam a homossexualidade uma prática contra-revolucionária.

Ah! Vale lembrar que as duas sociedades gregárias pariram apenas escravidão de Estado, genocídio, democídio e terror.

E o que é mais esquisito nisso tudo é que, no imaginário edificado a partir da memória oficial cristalizada nos livros didáticos de história de nosso triste país, esses dois sujeitos (e suas respectivas ideologia genocidas) são apresentados como antípodas inconciliáveis.

Por fim, diante do exposto, fico cá com meus botões a imaginar o que passa pela cumbuca mental dos elementos históricos e criticamente corretos sobre essas questões toscamente levantadas por nossa pena. O que será? Bem, melhor nem pensar. A resposta a essa indagação pode ser tão triste quanto óbvia.

Cristina Esteche

Jornalista

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