O novo ministro da Justiça, o jurista Torquato Jardim está mostrando a que veio. Em entrevista ao jornal Folha de São Paulo, anunciou que vai ouvir sugestão de Michel Temer. A intenção é mexer na Polícia Federal, responsável pelas investigações da Lava Jato. A troca da presidência está na mira dele, que era o ministro da Transparência. Aliás, Jardim acredita que o Brasil não enfrenta uma crise política. O que seria então? Ah! Recentemente ouvi um grande empresário, com inserções internacionais, dizer que a crise do país é de falta de esperança. Tudo bem, cada um com suas interpretações.
Mas voltemos à crise política. Tivemos uma presidente, vítima de impeachment. A chapa de Dilma, que tem Temer como vice, sofre ação e pode ser cassada. O presidente sente na própria na própria carne os efeitos das delações feitas pelo empresário Joesley Batista, envolvido na Operação Carne Fraca. Osmar Serraglio, que foi deslocado para o Ministério da Transparência não deverá aceitar a troca, desembarcando do Governo. E o também paranaense Rodrigo Rocha Loures, iniciou negociações para uma delação. Se isso se confirmar, entre outras revelações, pode trazer à tona sua atuação em favor do Grupo Rodrimar, alvo de buscas da PF, na área de Portos. Ainda no governo Dilma, Rocha Loures usava o nome de Temer para defender interesses da empresa. Mas como o brasileiro dá um jeitinho pra tudo, a troca de ministérios deixa Rocha Loures como deputado federal e com foro privilegiado.
E voltando a Torquato Jardim, o novo ministro é especialista em Direito Eleitoral e foi ministro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Com esse know-how ele é nomeado às vésperas do julgamento em que a Corte pode cassar o mandato do presidente.
Apesar de tudo, Temer insiste em resistir e se segura no poder como pode. Mas ele ainda não está morto, embora moribundo e com a caneta nas mãos pode fazer qualquer coisa, embora as “costuras” politicas para tirá-lo do cargo estejam fervilhando. O único caminho será cassá-lo na Justiça Eleitoral. E a principal preocupação com o substituto é única – possivelmente, Rodrigo Maia – continuar a missão para enterrar a Lava Jato.