Da Redação, com Agência Brasil
Washington – Três dias depois do término da Cúpula do G7 – grupo dos países mais ricos do mundo -, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e a chanceler da Alemanha, Angela Merkel, trocaram críticas que refletem a falta de entendimento na cúpula, sobre a manutenção do Acordo de Paris, que define os compromissos globais para lutar contra os efeitos das mudanças climáticas.
Nesta terça (30) Donald Trump usou o Twitter para criticar a Alemanha e disse que o país europeu tem um grande déficit comercial para com os americanos.
"Temos um déficit comercial enorme com a Alemanha. Eles pagam muito menos do que deveriam na OTAN [Organização do Tratado do Atlântico Norte] e militares", e completou no mesmo post: "Isso é muito ruim para os Estados Unidos, isso vai mudar."
A mensagem de Donald Trump foi publicada após críticas de Angela Merkel sobre a maneira pela qual os Estados Unidos têm se portado como aliado.
Nesta segunda feira (29), Merkel questionou a "confiabilidade dos Estados Unidos como aliado", ao comentar novamente que o G7 não conseguiu um acordo sobre o tema do clima, justamente porque Donald Trump pediu mais tempo para pensar se continua ou não o compromisso sobre o clima.
Foi a terceira vez que Merkel deu declarações criticando os Estados Unidos após a cúpula. Em entrevistas logo após as reuniões na sexta (26) e sábado (27), Merkel falou que não havia acordo sobre o clima, na visão dela, um dos principais eixos da globalização.
Ao encerrar a Cúpula ela disse que o evento terminou com um "6×1", e que todos os países, menos os Estados Unidos já haviam decidido manter o compromisso sobre o clima. Trump por sua vez prometeu até o fim desta semana, decidir o sobre o tema.
Para se manter no Acordo de Paris, ele teria que, na prática, voltar atrás em algumas decisões que tomou após assumir o mandato. Trump retirou restriçóes para a produção energética e desfez regulações deixadas pela administração Obama, justamente para adequar a política ambiental norte-americana, ao acordo climático global.
Merkel afirmou ontem que não há como "confiar" nos Estados Unidos. "Os tempos em que podíamos depender completamente de outros, até certo ponto, terminaram", afirmou durante um evento na Bavária.
Em um tom bastante informal e em uma entrevista quase que confessional, Merkel desmonstrou sua frustração para com a experiência na cúpula.
"Esta foi minha experiência dos últimos dias", comentou referindo-se à cúpula e destacou que os "europeus devem começar a brigar por seu próprio destino," disse.