Por Ana Beatriz Rosa, do HuffPost Brasil
Se você já foi à Bahia, certamente algum cheirinho especial não lhe é estranho…
Em especial, o do azeite de dendê que banha o bolinho de massa de feijão-fradinho, aquela iguaria fritinha e crocante que cai bem em qualquer hora.
O acarajé.
Porém, esta iguaria não existiria se não fosse por elas: as baianas.
Apesar de fazer parte da cultura gastronômica do Estado, e ter se espalhado por outras regiões do país, o ofício das baianas de acarajé só foi reconhecido formalmente como uma ocupação na última sexta (14).
A profissão de baiana de acarajé foi inclusa na Classificação Brasileira de Ocupações, do Ministério do Trabalho, e agora elas passam a ter todos os direitos de uma profissão formal garantidos, como aposentadoria e auxilio em casos de acidentes de trabalho ou doenças.
Isso para quem for regulamentada. De acordo com a CBO, as baianas são responsáveis por algumas atividades, como o planejamento de vendas, definição de itinerários, visita a fornecedores, compra de mercadorias, além de estipular prazos e preparar alimentos.
O acarajé já é considerado um bem imaterial do Patrimônio Cultural Brasileiro, pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). Em 2005, foi inserido no Livro dos Saberes.
A venda dos bolinhos feitos artesanalmente e espalhados nos tabuleiros da Bahia está ligada aos cultos aos orixás e tem suas origens na África, chegando ao Brasil trazido pelos escravos.
Mas engana-se quem pensa que ele é a única iguaria dos tabuleiros. Bolinho de tapioca, vatapá, abará, camarão, salada, pimentas e cocadas variadas costumam dividir espaço com o acarajé.
Só em Salvador, por exemplo, são mais de 3.500 baianas de acarajé que serão beneficiadas com a classificação.
Elas poderão incluir sua profissão em documentos como carteira de identidade e passaporte, e também vão poder se cadastrar como microempreendedoras individuais.