22/08/2023
Esportes

Ex-juiz comemora bom momento da arbitragem paranaense

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Guarapuava – A indicação do assistente de arbitragem, Roberto Braatz, para integrar o trio brasileiro que vai a Copa do Mundo desse ano – ao lado do juiz Carlos Eugênio Simon e do outro assistente Altemir Hausmann – só vem a reforçar o bom momento da arbitragem estadual. Além de Braatz, o Paraná possui mais dois árbitros no quadro FIFA e que estão em constante evidência em termos nacionais: Evandro Rogério Roman e Héber Roberto Lopes, eleito o melhor árbitro do Campeonato Brasileiro de 2009.
E não existe ninguém mais satisfeito com a boa fase do apito paranaense do o ex-juiz e presidente da comissão de arbitragem da Federação Paranaense, Afonso Victor de Oliveira (foto). Com 26 Atletibas e nove decisões estaduais no currículo, ele, que também trabalhou como comentarista de televisão, assumiu o comando da arbitragem paranaense em 2006, após uma série de denúncias de corrupção envolvendo os apitadores locais. Ao ser perguntado sobre a fase atual da arbitragem estadual, primeiro Oliveira abre um sorriso. Depois ele lembra do período difícil pelo qual passou após assumir o cargo.
“Perdemos seis juízes do nosso quadro. Haviam vários cursos em andamentos e não conhecíamos a real situação da arbitragem paranaense. Hoje, possuímos um quadro estável, embora ainda não seja o ideal”, afirma Oliveira, que esteve em Guarapuava ministrando uma palestra aos árbitros da Liga de Futebol de Guarapuava no último sábado (20). A atuação do ex-juiz a frente da arbitragem paranaense rendeu a ele elogios por parte de Roman.
“Mas uma coisa é certa: os juízes do Estado podem até errar, mas é uma falha de partida, porque o árbitro é humano. Não existem mais problemas relativos à corrupção”, exalta.
Recursos eletrônicos
Oliveira tem posição definida sobre o tema. “Sou a favor, desde que não interfira na possibilidade de interpretação do árbitro. O recurso eletrônico seria muito bem utilizado no jogo da França contra a Irlanda [o atacante Henry conduziu a bola com a mão e cruzou para Gallas marcar o gol dos franceses], já que o juiz não errou por interpretar que não houve mão na bola, e sim ao não ver o lance, pois estava com a visão encoberta”, analisa.
O presidente da comissão de arbitragem paranaense também destaca a mudança pela qual o futebol passou nos últimos anos, levando também a alterações no estilo de arbitragem. “Antes o jogo era mais cadenciado. Atualmente a marcação é mais forte, exigindo mais da arbitragem, já que faltas e choques são constantes”, opina.
Oliveira comenta ainda que a tendência é que o estilo da arbitragem brasileira se pareça cada vez mais com o praticado no exterior, quando os juízes optam por marcar menos faltas e distribuir menos cartões, deixando a partida mais rápida. “Mudaremos o estilo da arbitragem brasileira: primeiro a deixaremos mais parecida com a sul-americana, depois com a européia. Mas é claro que isso é um processo lento e que ainda encontra resistências”, comenta.
O ex-árbitro analisa o motivo para que o estilo praticado no Brasil seja tão diferente do utilizado no exterior. “A questão é cultural, tanto de jogadores quanto de torcedores, dirigentes e imprensa. É algo que precisa ser revisto nas categorias de base para que haja mudança”, encerra.
Cleyton Lutz – Rede Sul de Notícias
Foto:Nagel Coelho

Cristina Esteche

Jornalista

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