Com assessoria
Brasília – A deputada federal Christiane Yared desabafou nessa terça (1º) nas redes sociais pelo fato de, segundo ela, estar sendo alvo de ataques “de quem tem a caneta na mão, até mesmo dos bufões da velha política. A parlamentar alega que as agressões se deram após Yared ter assumido a possibilidade de concorrer ao Senado em 2018 pelo Partido da República (PR).
A parlamentar não descarta estar sendo alvo de preconceito. Ela é a única mulher que tem sido sondada a disputar uma das duas cadeiras ao Senado Federal. “Se é pelo fato de ser mulher, mãe, confeiteira, ou simplesmente por ser uma corajosa, que vai à luta, não sei dizer. Mas sei que incomodo”, escreveu.
Eleita a deputada federal mais votada do Paraná, Christiane Yared dispara contra os autores dos ataques: “Nunca tive medo de recados. Ameaça para mim virou uma rotina. Quantas levei quando foi descoberta a autoria da maior tragédia da minha vida? Cara torta por ter de suportar uma representante de fora da velha política é o que mais vejo. No meu Paraná e fora dele também”, registrou.
Para quem garante que a disponibilidade de enfrentar uma campanha majoritária é passageira, a parlamentar paranaense rebate: “Transformar o luto em luta é o meu combustível. E essa força que me fez chegar até aqui será a mesma força que nos conduzirá, juntos, até onde Deus nos achar úteis. Queiram os reis e seus amigos ou não”.
Em 2008, Yared perde um filho no trânsito vítima da imprudência cometida pelo então deputado estadual Carli Filho. O caso ficou conhecido em todo o país, que se comoveu com a dor da família.
O TEXTO NA ÍNTEGRA
É impressionante como eu incomodo. Digo isso simplesmente porque desde que eu assumi que aceitaria o desafio de concorrer ao Senado, tenho sido alvo da artilharia pesada por parte de quem tem a caneta na mão e até mesmo dos bufões da velha política.
Se é pelo fato de ser mulher, mãe, confeiteira, ou simplesmente por ser uma corajosa, que vai à luta, não sei dizer. Mas sei que incomodo.
Uma coisa eu adianto: nunca tive medo de recados. Ameaça para mim virou uma rotina. Quantas levei quando foi descoberta a autoria da maior tragédia da minha vida?
Cara feia por ter de suportar uma representante de fora da velha política é o que mais vejo. No meu Paraná e fora dele também.
Apesar de eu enraivecer aqueles-que-vocês-sabem-quem, o rosno dos amigos dos reis é mais que natural. É apenas um grito desesperador feito por quem teme perder o que acha que possui.
Dispenso entrar em questões políticas, pelos quais já até me renderam o título de 6a deputada mais atuante do Congresso. Não adiantará levar ao debate de ideias enquanto este show já estiver ensaiado.
Uma coisa eu garanto: a mãe que perde um filho tira forças que ninguém sabe direito da onde para conseguir Justiça. Ao encontrar meu filho morto, a luta passa a ser pelos filhos dos outros. O meu não volta mais.
Enquanto eu puder, usarei a morte do meu filho para tentar buscar um país mais justo e com um trânsito mais humano, sim. É esta dor que tem dado a chance a outros filhos de viver que o meu não teve.
O meu descansa.
Transformar o luto em luta é o meu combustível. E essa força que me fez chegar até aqui será a mesma força que nos conduzirá, juntos, até onde Deus nos achar úteis. Queiram os reis e seus amigos ou não.