22/08/2023




Economia Guarapuava

Plano aponta gargalos que "emperram" desenvolvimento da região

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Guarapuava –  Foram mais de 500 reuniões com lideranças setoriais, órgãos federais, estaduais e municipais, especialistas em modais e participantes regionais pelo Paraná afora, sob a liderança da sociedade civil organizada. O objeto é um só: tornar o Paraná um Estado moderno, competitivo, socialmente justo e ambientalmente sustentável. Assim foi apresentado o Plano Estadual de Logística em Transporte do Paraná, o PELT-2035, em encontro realizado nesta sexta (11), na Casa da Indústria, em Guarapuava.

O Plano traça um raio-x das obras prioritárias para o desenvolvimento do Paraná, nas várias regiões do Estado, reduzindo custos, aumentando a capacidade de transporte ferroviário, proporcionando maior segurança nas rodovias, entre outros fatores.

Ampliar a capacidade da ferrovia entre Guarapuava e Paranaguá e duplicar os eixos rodoviários que ligam a região a Curitiba, a Cascavel e ao Norte do Paraná, são as prioridades para solucionar os gargalos logísticos e promover o desenvolvimento de Guarapuava e região.

De acordo com João Arthur Mohr, executivo do Conselho de Infraestrutura da Federação das Indústrias do Estado do Paraná (FIEP), no modal ferroviário é preciso fazer uma pequena alteração de raio na chamada curva São João, localizada na Serra do Mar. Segundo Mohr, o traçado da estrada, muito antiga, inviabiliza o tráfego de grandes composições. Além disso, na mesma ferrovia, é preciso também ampliar a capacidade do trecho da Serra da Esperança, que liga Guarapuava a Ponta Grossa e a Lapa. Estudos estão sendo feitos neste momento para gerar soluções já em curto e médio prazos, bem como projetos a longo prazo estão em elaboração. 

No modal rodoviário, é necessário duplicar os eixos que ligam Guarapuava a Curitiba, a Cascavel e a Pitanga. Faz-se necessária também a ampliação da capacidade desta rodovia com a implantação de terceiras faixas e trevos em desnível seguindo até Campo Mourão e/ou Mauá da Serra. Além disso, a revitalização do aeroporto em Guarapuava para operar com voos comerciais também é fundamental.

Estas obras melhorariam as condições de transporte dos produtos da região de Guarapuava, além do destino tradicional de exportação via Paranaguá, para o Norte do Paraná e para São Paulo, dando acesso aos grandes centros consumidores.

INVESTIMENTOS

O PELT é um guia de obras nos modais ferroviário, rodoviário, portuário e aeroviário que devem ser realizadas até 2035 para dar suporte ao desenvolvimento do Estado. Foi desenvolvido pela Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep) e demais entidades que integram o Fórum Permanente de Desenvolvimento Futuro 10 Paraná. “O PELT nos indicou o que precisa ser feito. Agora precisamos buscar formas de viabilizar estas obras”, destaca João Arthur Mohr. Segundo ele, muitas destas obras serão feitas com recursos privados. Cerca de 80% dos investimentos tem que ser privados e outros 20% do governo.

“O Poder Público não tem recursos suficientes para tantos investimentos. Os orçamentos da União, estados e municípios estão comprometidos com educação, saúde, segurança e previdência. Mas há investidores privados, inclusive internacionais, interessados em financiar obras de infraestrutura”, destaca Mohr. Segundo ele, para atrair estes investimentos, são necessários projetos técnicos bem estruturados, segurança jurídica no país e juros menores para atrair capital. “Com a manutenção dos juros altos o dinheiro acaba sendo direcionado todo para o mercado financeiro”, observa.        

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Cristina Esteche

Jornalista

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